Professores, pesquisadores e estudantes de Matemática do Rio Grande do Sul e convidados estão participando na ULBRA Canoas do 1º Fórum de Educação Matemática, promovido pela Sociedade Brasileira de Educação Matemática (Sbem). O encontro, que acontece até sábado, 05.05, tem como objetivo discutir políticas públicas voltadas para a inclusão das tecnologias da informação e comunicação nos processos de ensino, aprendizagem e formação de professores de matemática, através de pesquisas e ações educacionais.

Além da apresentação de algumas das pesquisas que estão sendo desenvolvidas pelo GT06 – Educação Matemática: novas tecnologias e Educação a Distância, integrante da Sbem, o Fórum também proporciona um espaço para troca de experiências e a discussão sobre as políticas públicas para o uso das tecnologias na educação.

Para falar sobre o tema, foi convidada a psicóloga e professora coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Léa Fagundes. Com uma experiência de mais de 60 anos dedicados à pesquisa e ao ensino, a professora falou sobre a dificuldade para que as políticas públicas para o uso da tecnologia na educação sejam aplicadas. “Algumas coisas ainda precisam ser modificadas. É preciso pensar no que a cultura da informática pode trazer de contribuição para o ensino”, destaca Léa.

De acordo com a pesquisadora, a inclusão digital não acontece quando se colocam computadores nas salas de aula. É necessário compreender que a mudança só acontecerá de forma plena quando o ensino for realmente inserido na cultura digital. “Educação não é escritório. De nada adianta instalar laboratórios nas escolas onde os alunos aprendem apenas a trabalhar com os programas do Office”, argumenta. Para ela, os professores precisam receber qualificação para saber utilizar as ferramentas em aula e, também, é preciso melhorar a estrutura oferecida nas escolas.

A pesquisadora destacou que as tecnologias digitais ampliam o poder cognitivo do indivíduo. “Quanto mais desenvolvida a tecnologia, maior será a contribuição para o ensino”, ressalta Léa.