Coordenadora do CEAMA falou sobre a trajetória do projeto em 20 anos de existência Foto: Luiz Munhoz/Ulbra

Integrando a programação da 4ª Semana Ulbra de Acessibilidade, o Centro de Estudos de Atividade Motora Adaptada (CEAMA) realizou um seminário alusivo aos 20 anos de existência do projeto comunitário extensionista, na noite de quarta-feira, 24 de maio, na Ulbra Canoas. Inclusão: O Que Mudou nos Últimos 20 Anos? foi o tema do evento.

Na abertura do seminário, o coordenador do curso de Educação Física da Universidade, Osvaldo Donizete Siqueira, enalteceu o propósito das ações desenvolvidas ao longo dos anos pelo CEAMA. "A magnitude do projeto está muito ligada ao aspecto humano", salientou Siqueira. A coordenadora do CEAMA, e professora da Educação Física, Rosilene Diehl, argumentou que, em 20 anos de existência, o projeto atendeu milhares de jovens e adultos com deficiência e pessoas com transtornos emocionais, além de ter qualificado diversos acadêmicos na área da inclusão. Ela ainda ressaltou os benefícios que as pessoas com deficiência tiveram ao frequentarem o Centro. "Os alunos apresentam melhoras nas habilidades motoras, sociais e cognitivas, melhorando sua qualidade de vida", disse. "Recordo do início das atividades, nem parece que já passaram duas décadas. Naquela época não havia a consciência relativa ao tema que existe hoje. Foram muitos os desafios que tivemos, mas sei que eles fizeram parte do nosso crescimento", complementou com orgulho Rosilene.

Na sequência, foi realizada uma mesa redonda com a pedagoga e especialista em Deficiência Mental e Alfabetização, a professora aposentada, Bete Colombo; o atleta de esgrima em cadeira de rodas e professor de escolinhas paralímpicas do Clube Associação dos Servidores da Área de Segurança Portadores de Deficiência - ASASEPODE/Grêmio Náutico União, Maurício Stempniak; e a egressa da licenciatura em Educação Física da Ulbra, especialista em Dança, professora de Educação Física e Dança em escolas de ensino fundamental e médio, Cristina Colares Pereira. A mesa-redonda teve a mediação de Rosilene Diehl.

Bete Colombo relembrou que sua trajetória pedagógica nas escolas de Canoas esteve intensamente ligada à educação especial. "Desde que comecei a atuar na área, sempre realizei um trabalho caracterizado por acolhimento e carinho com alunos e isso fez um diferencial enorme. Tenho uma paixão pela educação especial", afirmou Bete que também já foi vice-prefeita de Canoas. Maurício Stempniak fez um relato de seu envolvimento com o esporte para deficientes, que ocorreu após o período de reabilitação do acidente de moto que sofreu, além de explanar sobre o desenvolvimento da esgrima dentro do contexto do esporte paralímpico no Brasil. "Somente após ter ficado paraplégico eu tive uma nova percepção da vida e hoje posso afirmar que o esporte é a melhor maneira de inclusão." Stempniak ainda apresentou um vídeo com a evolução da esgrima adaptada no Brasil. Já Cristina, enalteceu a continuidade e o fortalecimento do CEAMA, além de destacar a importância do projeto em sua formação acadêmica. "Fiz parte da primeira turma de alunos da Educação Física que integraram o CEAMA, no ano de 1997. O aprendizado que tive naquela época me deu vasto subsídio para outras áreas de atuação, inclusive para trabalhar no magistério", argumentou Cristina, que é licenciada em Educação Física pela Ulbra.

Durante o evento, ocorreu uma intervenção artística do grupo Expressão Down-Up, que executou duas coreografias: harmonia e alegria. Além de alunos, docentes e colaboradores a coordenadora de Extensão da Ulbra, Dalva Santana, prestigiou a atividade. No final do encontro, foi realizado o sorteio de uma camiseta do CEAMA e do livro Jogando com as Diferenças.

Confira no vídeo abaixo o grupo Expressão Down-Up executando a coreografia Alegria, durante o seminário.

 André Bresolin
Jornalista - Mtb 18.183