Carmen Gitana é estudante do curso de Química Industrial da Ulbra Foto: Larissa Coiro/Ulbra

Um projeto que estuda as propriedades de um fotoprotetor solar bionatural foi o grande vencedor da Feira de Iniciação Tecnológica do Colégio Ulbra Cristo Redentor (FITT), em Canoas. A estudante do curso de Química Industrial da Universidade, Carmen Gitana, foi agraciada com o troféu de destaque do evento, durante cerimônia de premiação realizada nas dependências da escola. 

Com o intuito de testar o fator de proteção de uma fórmula à base de Benzokxazol, composto sintético produzido em laboratório, Carmen misturou a substância a um óleo de semente de uva e à quitosana, polímero natural encontrado no exoesqueleto de crustáceos e na casca do camarão. O experimento, ainda não concluído, mostrou diferentes resultados a partir da combinação desses elementos, mas, para sua autora, já é um grande sucesso. "É um estímulo para continuar estudando e aprendendo. Quero fazer um mestrado nas áreas da Cosmética e Toxicologia", comenta a estudante que, dentre 40 trabalhos inscritos, teve o seu escolhido pela comissão avaliadora do prêmio.

Para a supervisora da estudante, professora Dione Silva Corrêa, a conquista da jovem prova que, mesmo em um cenário de contenção de investimentos públicos em pesquisa e inovação, ainda é possível vislumbrar um futuro positivo para a ciência brasileira. "Embora haja um corte significativo de verbas, ainda é possível avançar e desenvolver novas tecnologias através da livre associação de cientistas. Nesse sentido, encontrar bolsistas interessados e curiosos, como é o caso da Carmen, só reiteram essa minha visão otimista", enfatiza a educadora que, ao lado de outros quatros colegas, coordena o Centro de Pesquisa em Produto e Desenvolvimento da Ulbra (CEPPED), local onde os experimentos foram efetuados.

Projeto vem sendo desenvolvido em parceria com a UFRGS desde 2012

Elaborado pelo CEPPED em parceria com cientistas do Laboratório de Novos Materiais Orgânicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o estudo que originou a pesquisa de Carmen vem sendo desenvolvido desde 2012 por Dione e outros pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Genética e Toxicologia Aplicada da Ulbra. "Nossa ideia original era conceber um protetor solar que fosse eficaz em relação aos raios UVA, que são os mais prejudiciais para o organismo humano", explica a cientista, que, com a iniciativa recentemente patenteada, pretende estimular a qualidade de vida da população através da redução de casos de doenças de pele provocadas pela radiação solar.

Marcus Perez
Jornalista MTb 17.602