Criatividade é pré-requisito básico para quem pensar em exercer a profissão de fotógrafo Foto: Ulbra/divulgação

Em 8 de janeiro de 1840, o abade francês Louis Comte chegou ao Rio de Janeiro trazendo consigo um daguerreotipo, equipamento precursor da fotografia e que, pouco tempo depois, cairia nas graças do imperadorDom Pedro II, figura responsável por popularizá-la em todo o país. Passados mais de 170 anos, o Dia doFotógrafo é comemorado nesta data em todo o território nacional. Diferentemente daquela época, hoje a produção de imagens está ao alcance de qualquer pessoa que possua um smartphone ou tablet. Entretanto, conforme o coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Fotografia da Ulbra Canoas, Antônio Luís Tubino Sobral, a popularização da técnica fotográfica não substitui o papel de um profissional do ramo.  

"A circulação de fotografias na internet hoje se dá de maneira massiva, mas para uma imagem possuir relevância, ela precisa ter conteúdo. Um bom fotógrafo é aquele capaz de passar uma mensagem utilizando muito mais do que técnica, mas uma série de recursos que compõem uma linguagem visual, como cor, composição, enquadramento e ângulo", avalia o docente, que há 30 anos trabalha na área.  

De acordo com Sobral, o que diferencia alguém que cria registros fotográficos de um fotógrafo é a bagagem cultural que esse indivíduo carrega. "É preciso ter referências estéticas e isso um estudante encontra dentrodo curso da Ulbra", enfatiza o jornalista que, há 15 anos,  coordena a graduação tecnológica responsável por formar mais de 150 egressos desde sua fundação.  

Com aproximadamente dois anos e meio de duração, o Curso Superior de Tecnologia em Fotografia da Ulbra proporciona uma formação generalista para o estudante, que ao longo da graduação aprende as particularidades dos diversos gêneros, como o fotojornalismo, a foto publicitária e o ensaio editorial e documental. Para o educador, o currículo diversificado e a ênfase no empreendedorismo são diferenciais da graduação que dialogam diretamente com o mercado de trabalho. "Um fotógrafo hoje precisa aprender a fazer a gestão do seu trabalho, uma vez que grande parcela das oportunidades que surgem nesse campo são para produção freelancer", analisa Sobral, que destaca a criatividade e a capacidade de observação como características do público que procura pelo CST.  

"O curso aguçou o meu olhar e me ensinou a pensar a fotografia", afirma Roberto Majola  

Com mais de três décadas de experiência na área, Roberto Majola ingressou na profissão por influência do seu pai, um dos mais famosos fotógrafos publicitários do país. Apesar de, na época, já saber operar uma câmera fotográfica, o hoje proprietário do estúdio Light'n Box conta que foi durante seus anos como universitário que aprendeu sobre linguagem fotográfica, algo que fez toda a diferença para sua evolução por trás das lentes.  

"Eu nasci dentro de uma banheira de revelador,  mas foi durante o meu tempo na faculdade que eu descobri como pensar a fotografia e a compreender os seus diferentes gêneros", reflete Majola, que é especialista na criação de showroom's para a indústria moveleira e, ao lado de outros 12 colaboradores, produz conteúdo multimídia para clientes que vão de escritórios de arquitetura a agências de modelos.   

Para os jovens que pensam ingressar no universo das lentes e obturadores, sua dica é simples: "Busquem conhecimento, não fiquem restritos à sala de aula, aproveitem as experiências, façam networking e absorvam ao máximo os professores", recomenda Majola, que colou grau em 2006, na Ulbra, e já recebeu convites de Sobral para palestrar para turmas de calouros do curso.  

Marcus Perez 
Jornalista MTb 17.602