Criações foram doadas para a Associação Comunitária Participativa (Acompar) Foto: Arquivo pessoal

Uma turma com cerca de 12 alunos do curso do bacharelado em Design da Ulbra Canoas desenvolveu diversos móveis para a Associação Comunitária Participativa (Acompar) de Porto Alegre. Os projetos foram elaborados durante todo o semestre e supervisionados pelas professoras Carina Carlan, coordenadora adjunta do curso, e Débora Battastini, coordenadora do curso de Design. A entrega foi realizada na semana passada. 

Através de um projeto de extensão, a Ulbra possui uma parceria com a Fundação dos Bancos Sociais, localizado na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na capital. Lá, fica o material que recebem para transformar os resíduos em novos móveis para doação a instituições carentes conveniadas. Para esta ação, a turma escolheu a Acompar, uma associação que recebe estudantes de escolas fora do horário curricular. "Nós fomos visitar o espaço e mapeamos quais móveis eles mais precisavam. Vimos algumas coisas que podiam ser feitas durante o semestre", explica a professora Carina Carlan. 

De acordo com a docente, o foco desta disciplina é trabalhar com mobiliário. Foram criados projetos individuais para cada acadêmico e, ao todo, realizadas cerca de quatro visitas à Acompar e aos Bancos Sociais para a coleta de material. "Todos os móveis foram pensados e planejados de acordo com a necessidade do local", conta. Não houve nenhum investimento para a criação destas peças, que foram criadas com materiais de aproveitamento ou através de doações de parceiros que conseguiram ao longo do trabalho. O trabalho permitiu a produção de pufs, cadeiras, mesas, estantes para organizar os livros, suporte para água e porta-escova de dente. "Uma das coisas que os alunos da associação mais gostaram foram os minipufs, porque o ambiente é grande e eles gostam de sentar para ler e desenhar", ressalta Carina. 

O mais importante dessa atividade, para a professora, foi o fato de ser um trabalho real, já que geralmente nas disciplinas de projeto os alunos fazem protótipos, ou seja, eles produzem tridimensionalmente a ideia e ela não precisa ser funcional. Neste caso, foi diferente. "Precisavam fazer em tamanho real e tinha que funcionar, não dava para ter erro. Eu via a empolgação neles em trabalhar com isso. A aula era diferente, não estavam ali só para tentar agradar o professor e para tirar uma boa nota na disciplina, eles queriam saber se as crianças iam gostar", declara. No início do semestre foi proposto aos discentes que fizessem uma escolha: trabalhar com mobiliário conceitual ou com reaproveitamento para realizar projeto de design social. 100% da turma optou pela segunda opção.

Experiência com o projeto 

Para a acadêmica do 6° semestre do curso de Design, Ana Antonov, desenvolver um projeto social foi uma boa experiência. "Normalmente não temos um público tão bem definido para desenvolver os projetos, gostei muito de trabalhar com pessoas e um lugar real em necessidade desses mobiliários", conta. A acadêmica produziu um sofá de espuma chamado de Cubo. "Construir o mobiliário deu bastante trabalho, mas com certeza valeu a pena depois de ver eles posicionados na Acompar e principalmente o rosto feliz das crianças que receberam os projetos", finaliza. 

Já Anderson Luiz Pires de Medeiros, acadêmico do 4° semestre do curso de Design, criou um porta-escovas de dentes, com o objetivo de abranger o maior número de crianças da instituição. "Tive a sensação de dever cumprido. Foi bem trabalhoso, mas, no fim, gratificante. Minha proposta exigia muito do meu tempo. Era algo de grande escala e que tinha uma certa complexidade na sua construção, mas tudo deu certo", comenta. 

Karoline Milbradt
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas