Evento foi mais uma realização do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) Foto: Leonardo Magnus/Ulbra

Nesta quarta-feira, 28, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) realizou o último evento da programação alusiva ao Mês da Consciência Negra. Com a temática Serviço Social no Combate ao Racismo Institucional, duas assistentes sociais foram convidadas para palestrar e debater o assunto com os acadêmicos.

Em um país com uma desigualdade social alarmante, o racismo institucional tem se tornado cada vez mais visível, principalmente quando se leva em conta estatísticas da violência contra uma raça representada por 54% de brasileiros autodeclarados negros. "É importante tratar desse tema, mas não só hoje. No mês de novembro, é um assunto que fica muito em evidência, mas a questão tem que ser pautada o ano todo", ressaltou Suzane Souza, uma das palestrantes e coordenadora executiva da Associação Cultural de Mulheres Negras (ACMUN), localizada em Porto Alegre. Ela trouxe sua experiência na atuação como profissional de Serviço Social, principalmente nas ações voltadas às políticas públicas de combate ao racismo.

Greice Cavalheiro, que atua na Política de Assistência Social de Porto Alegre, destacou que ainda se faz necessária a desconstrução de um mês específico para o debate. Para ela, "a discussão deve ser permanente, pois as estatísticas apontam que os jovens negros são as maiores vítimas de assassinatos no país". Segundo dados de 2016, o número é de 53% dos casos de homicídio entre jovens de 15 a 29 anos. Esse número aumenta para 74,5%, se forem considerados homens negros de todas as idades. "Os números são chocantes e, por isso, se torna tão importante debater isso nas universidades e demais espaços de construção de conhecimento", ressaltou.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS