Atividade ocorre na Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis Foto: Aldrin Bottega/Ulbra

Nesta terça-feira, 11, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (Naviv) da Ulbra realizou o último encontro do semestre com os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis, no bairro Mathias Velho, em Canoas. Com início no mês de agosto e atividades quinzenais, o projeto foi idealizado em conjunto com a 27ª Coordenadoria Regional de Educação de Canoas (27ª CRE), visando reduzir os casos de violência no ambiente escolar e dar assistência às crianças e jovens com algum tipo de vulnerabilidade social ou problemas familiares.

A coordenadora do Centro Multiprofissional (CMP) da Ulbra, Thaisi Cezar, foi quem intermediou as conversas entre o órgão estadual e o Naviv. Segundo ela, o primeiro contato foi um pedido de auxílio para a rede pública de escolas estaduais de Canoas. "Eles demonstraram o interesse de que as nossas clínicas pudessem trabalhar a questão da violência nas escolas, então eu pedi o apoio da professora Carmem, supervisora do Naviv, e fizemos um projeto para que pudéssemos atender essas escolas", explicou a responsável pelo gerenciamento das quatro clínicas que compõem o CMP, dos cursos de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social.

Com uma equipe de quatro estagiários voluntários do curso de Psicologia, a professora Carmem Aristimunha, responsável pelo projeto do Naviv, acompanha a evolução, tanto das crianças e jovens como dos acadêmicos. O foco é a prevenção da violência em atividades com duas turmas, uma para crianças até 12 anos e outra para jovens acima dessa idade. A escolha das turmas é feita pela escola, que seleciona de acordo com a necessidade do aluno. A professora Carmem também explicou o método utilizado nos encontros. "Procuramos desenvolver as atividades sempre em grupo, para que as crianças não se sintam inibidas ou expostas", ressaltou.

Equipe avalia evolução e mudanças no comportamento

Com o final dos trabalhos deste semestre, os integrantes do projeto começam a fazer um balanço sobre os resultados obtidos durante os encontros realizados com os alunos da escola São Francisco de Assis. A supervisora é enfática ao dizer que é notória a mudança positiva no comportamento de quem participa das atividades. "No início, havia muitos casos de conflito entre os alunos da escola, não escutavam os professores, não respeitavam as pessoas e, inclusive, brigavam fisicamente. Após a realização desse trabalho, nós notamos que eles realizam as atividades de maneira mais tranquila, pararam as agressões físicas, participam de forma mais integrada", concluiu a profissional.

No contato direto com os alunos, se encontram os estagiários voluntários do curso de Psicologia da Ulbra. Eles, além de notarem evoluções comportamentais positivas nas crianças e jovens, também destacam a experiência acadêmica positiva. "A realidade na nossa graduação é uma e na prática é algo bem diferente, então é importante ter essa convivência com eles", disse a acadêmica do 6º semestre de Psicologia, Júlia Lopes. 

Sua colega, Giulia Rodrigues, ressaltou o desgaste por enfrentarem essa realidade diferente do que estão acostumados. "A resistência em participar, principalmente dos mais velhos, é algo que nos exige certa paciência, então é um trabalho que agrega muita experiência à nossa formação", destacou a aluna, que também está no 6º semestre do curso.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS