Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a ULBRA Gravataí promoveu na última quarta-feira (08.03) a mesa-redonda "Violência doméstica: um olhar sobre o empoderamento e a autoestima da mulher". O evento, que contou com a participação da delegada da Polícia Civil Marina Dillenburg e do psicólogo Roberto Vasconselos, marcou a criação da Liga de Saúde da Mulher e do Adolescente (LISAMA) do curso de Enfermagem.

Já na abertura, o capelão do campus, pastor Rafael Juliano Nerbas mencionou a tradução das palavras homem e mulher, em hebraico, para ressaltar que a discriminação de gênero não faz parte do propósito de Deus. "As duas palavras são muito parecidas justamente para lembrar que somos iguais", comentou. Em seguida, a coordenadora de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação, Maria Janine Dalpiaz, frisou que as particularidades de cada gênero não são motivos para a violência. "Podemos viver em uma sociedade com diferenças, mas não com desigualdades", disse.

Durante o evento foi lançada, oficialmente, a Liga de Saúde da Mulher e do Adolescente (LISAMA), coordenada pela professora do curso de Enfermagem, Sandra Borges. O grupo promoverá atividades de conscientização sobre as questões de saúde que preocupam o público feminino e os jovens. "A essência da Enfermagem é o cuidado e o evento desta noite é uma fotografia deste momento, destacando o envolvimento da LISAMA na organização da atividade, desde a escolha do tema até a recepção aos alunos", elogiou a coordenadora do curso de Enfermagem, Débora Monteiro, na abertura.

Profissional que atendeu vítimas e agressores em casos de violência doméstica, o psicólogo Roberto Vasconselos iniciou a mesa-redonda afirmando que a palavra e a ação violenta não ocorrem por acaso e têm como origem uma história que passa de geração para geração. "A pessoa que foi agredida na infância ou na adolescência, mesmo que lute contra, tem chances de se tornar um agressor depois de adulto em decorrência de abusos que sofreu", explicou.

Para a delegada Marina Dillenburg, da Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento a Mulher, uma das soluções para o fim da violência é a construção de políticas públicas de apoio à mulher. "A população deve cobrar do poder público a criação de uma estrutura adequada para atender as vítimas de agressão através do trabalho preventivo e educativo das entidades jurídicas e psicossociais", completou.

Segundo Marina, o ditado "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" não deve ser levado em consideração. "Os vizinhos, colegas de trabalhos e familiares devem se envolver, sim, e denunciar, mesmo que de forma anônima". A delegada orienta as vítimas a registrarem ocorrência na Delegacia da Mulher, que funciona em horário comercial. "As informações prestadas são sigilosas, o sofrimento enfrentado é respeitado e as providências necessárias de auxílio à mulher são tomadas para a mais breve solução das denúncias", salientou. A Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento a Mulher está localizada na Rua Eli Correa - RS 030, nº 1013, no Parque dos Anjos, em Gravataí. O telefone é (51)3431-5277.

No final do evento, o público feminino participou do sorteio de brindes, recebeu um cartão felicitando pela data e prestigiou um coquetel com os convidados, alunos, professores e coordenadores.