Árbitro Nicolas Sanchez apitou os Jogos Olímpicos Rio 2016 Foto: Arquivo pessoal

O egresso do curso de Educação Física da Ulbra Canoas, Nicolas Sanchez, é árbitro da Federação Internacional de Tênis. Formado em 2013, o profissional já arbitrou importantes competições como Copa Davis, Jogos Panamericanos Rio 2017 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, além de presenciar partidas de grandes atletas como Guga, Nadal e Djokovic. Neste ano, Sanchez retornará à Universidade para apitar os Jogos Luteranos 2018, que acontecem entre os dias 25 e 28 de outubro, no Complexo Esportivo. Confira a entrevista exclusiva concedida pelo árbitro para a Universidade. 

Ulbra - Como começou a sua história no tênis?

Nicolas Sanchez - Iniciou por influência do meu pai, que foi atleta na década de 1950. Comecei no tênis com 5 anos de idade. Na minha época, a modalidade era bem mais difícil. Com o passar do tempo, me tornei professor e fiz alguns cursos de arbitragem. O primeiro foi em 1994, mas, nessa época, não exerci a profissão. Em 2003, fiz outro, foi então que comecei a me dedicar e me profissionalizar mais. Na Ulbra, me formei em 2013.

Ulbra - O que te atraiu na arbitragem?

Sanchez - O que me chamou a atenção foi o fato de que sempre estamos nos atualizando neste esporte em relação a treinamentos e materiais. Temos contato com muitas novidades lá fora, que não existem no Brasil. A realidade é bem diferente. Eu ainda dou aula de tênis. Quando estamos em um torneio, temos a oportunidade de ver tenistas do mundo inteiro treinando. Eu observo o desempenho de cada um e vejo o que posso utilizar com meus alunos, claro que em um ritmo menor. As vezes os técnicos dão cursos e comentam coisas que não imaginamos, então, quando vejo o tenista jogando, me recordo das palavras ditas por esses treinadores. A profissão me proporciona um aprendizado constante e acho tudo isso muito interessante.

Ulbra - Como você avalia o esporte aqui no Brasil?

Sanchez - O nosso Ministério do Esporte foi criado em 2003, ele é muito recente. Nós não temos uma parte política que apoie e incentive a modalidade no Brasil. Já houve uma melhora, mas ainda precisamos de mais. Necessitamos de políticas públicas esportivas. Por exemplo, na Argentina, existem muitas quadras em praças, eles massificam o tênis. Aqui no Brasil não temos isso. Acaba se mostrando um esporte de elite como era antigamente, mas hoje não é assim, nos outros países não é assim. Eles popularizam o esporte colocando em espaços públicos para conseguir formar novos atletas. Hoje não temos nenhum brasileiro entre os top 100 do mundo.

Ulbra - Você esteve na Universidade para uma palestra e esse não é o seu primeiro retorno.  Por que você gosta de voltar à Ulbra?

Sanchez - Eu gosto de retornar à Universidade porque acho que a informação é algo que temos que passar, ela precisa ser compartilhada. Vou guardar para mim por quê? É interessante quando venho para contar as minhas histórias, os alunos adoram. A Ulbra me proporcionou ótimos momentos de aprendizado, não custa nada inverter os papéis. É um sentimento de gratidão, sinto muita satisfação e alegria quando retorno. É muito legal poder encontrar os professores.

Ulbra - Em setembro você volta para os Jogos Luteranos, certo?

Sanchez - Sim, essa será a quarta vez em que participo dos Jogos Luteranos. O último foi em 2016, então alguns atletas já me conhecem. Eles sabem que eu sou árbitro profissional e estava nas Olimpíadas e perguntam como é a experiência. Os alunos me respeitam muito. Eu acho realmente importante estar presente, porque, além de arbitrar, também posso passar ensinamentos para eles. Como é uma competição entre escolas, eles não possuem conhecimento de muitas coisas, sabem o básico. Então é legal poder trocar essas informações e experiências com eles. 

Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219

Karoline Milbradt
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas