Acadêmicos dos cursos de Engenharia Ambiental e Civil, com a coordenação do professor, Eng. Ambiental Alan dos Santos Ferreira, navegaram sobre as águas do rio negro para conhecerem a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS), localizada a aproximadamente 25 km da zona urbana de manaus.

"A ideia de levar os alunos surgiu para que eles possam perceber como funciona a sobrevivência, quais as características dos habitantes e como ocorre o desenvolvimento da sustentabilidade na região. Além de possibilitar uma visão ampla do comportamento do turista nesta área de preservação ambiental," explicou o orientador Alan Ferreira.

A viagem que começou na Marina Rio Bello e reuniu 15 alunos da disciplina de Saúde em Engenharia Ambiental finalizou na praia do São João do Lago, uma das comunidades que fazem parte da RDS.

A visita pela comunidade é direcionada pelo Agente de Controle de Endemias, Francisco Rodrigues, mais conhecido como Sr. Pépe, que reside há 20 anos na Reserva do Tupé e, tem como hobby, guiar os visitantes que chegam ao local.

"Tenho grande prazer em apresentar costumes e histórias desse lugar. Sempre acompanho turmas de alunos, pesquisadores, professores e turistas. Sinto-me honrado em poder compartilhar os segredos e as características do Tupé, além de orientar o público sobre como podemos preservar a natureza," relatou o Agente de Saúde, Francisco Rodrigues.

Características/Curiosidade

Durante a caminhada é possível contemplar toda a vegetação composta pela mata de igapó e de terra firme, onde predominam árvores de grande porte, águas escuras e uma praia com areias brancas e limpas.

Após uma longa subida com visão privilegiada, a turma foi conduzida para uma aventura. "Agora será possível explorar uma parte da floresta para conhecer os tipos de árvores do local. A trilha que dá acesso ao arvoredo tem o nome da universidade onde vocês estudam. Esta é a "Trilha Ulbra", construída por um grupo de alunos e professores do Curso de Biologia no ano de 2003," explicou Sr.Pépe.

Práticas sustentáveis

Caminhando pela comunidade RDS é possível observar as singularidades do ambiente, conversar com moradores e visualizar algumas características como: uma maloca abandonada que pertencia a Tribo Indígena Dessana, um viveiro de hortaliças (construído com garrafas pets) e o  pluviômetro (instrumento que mede a quantidade de chuva que cai em determinado lugar ou época).

"Em certo trecho da RDS é possível ver uma área florestal que precisou ser desmatada para a perfuração de um Poço Tubular. "A instalação do poço é um grande avanço para o saneamento básico, afinal, haverá água potável para a comunidade e consequentemente,  o índice de doenças em crianças e idosos diminuirá," comentou professor Ferreira.

Após caminhadas e troca de informações, os acadêmicos perceberam que a visita permitia unir o conhecimento adquirido em sala de aula e a realidade presenciada no Tupé.

"Com pesquisa de campo aprendemos bem mais. A sustentabilidade faz parte da nossa vida e o conhecimento ambiental é uma área importante que nos auxilia na preservação do planeta," disse o acadêmico finalista do curso de engenharia ambiental, Renato da Silva.

Participaram da pesquisa de campo ao RDS: Professor Alan Ferreira, Jornalista Lidiane Cunha e, os acadêmicos: Bruno Coelho, Cássia Silva, Diana Costa, Gustavo Figueiredo, Iolanda Monteiro,
Jackeline Fabíola, Jéssica Meirelles, Katiuscia Santos, Leinize Souza, Leyde Mayara, Lindel Jr. Souza,  Renato Silva, Rosana Leite, Suellen Barbosa e Yara Rodrigues

Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS)

(Entrevistado: Professor Eng.ambiental, Alan Ferreira)

Com 28 anos de existência, a reserva do tupé é gerenciada pela Prefeitura de Manaus através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).

A população é composta pelas seguintes comunidades, no total de 84 famílias: Agrovila, Colônia Central, Julião, Livramento, São João do Lago e Tatulândia.

Os habitantes trabalham na categoria de sustentabilidade através da produção e cultivo de plantas que são comercializadas ao turismo e uma pequena porcentagem é enviada para a Zona Urbana.

A reserva ainda necessita desenvolver o saneamento básico e a coleta de lixo domiciliar. Apesar disso, não é um local muito impactado, pois os moradores enterram os resíduos e a Prefeitura presta assistência de coleta de lixo para direcionar ao aterro sanitário da cidade.

Os últimos Prefeitos desenvolveram adequações para atenderem o turismo como: instalação de barracas de comidas, restaurantes, agentes ambientais, uma unidade da SEMMAS e produtores de psicultura.

A maior concentração de fiscalização ocorre na praia do Tupé por causa da movimentação das embarcações que desejam usufruir do espaço, mas que precisam estar adequados com coleta de resíduo orgânicos.