Professora Adevanir leu trechos da obra de Guerreiro Ramos para explicar sua linha de estudo Foto: Aldrin Bottega/Ulbra

Nesta segunda-feira, 12, o auditório B do prédio 14 recebeu dois professores e pesquisadores da área dos estudos étnico-raciais, o professor Dr. Lúcio Antônio Machado Almeida e a professora Drª. Adevanir Aparecida Pinheiro. Parte da programação do Mês da Consciência Negra, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ulbra, a temática desse primeiro evento abordou a branquitude e as políticas de ações afirmativas no contexto atual.

Durante a palestra, os envolvidos frisaram a importância de uma discussão que não englobe somente o povo negro e indígena, mas que integre e estabeleça a igualdade com a população branca. A ideia foi discutir políticas públicas afirmativas e inclusivas, principalmente em um momento de grande incerteza sobre o próximo governo, tido como uma ameaça às conquistas das minorias.

A estudante de jornalismo Marina Silveira, que estagia no Neabi, falou sobre o objetivo da atividade realizada. "Queremos mostrar para os alunos que as questões étnico-raciais vão muito além das pessoas negras, é preciso que todos se conscientizem disso. É importante frisar como as pessoas brancas se entendem na sociedade e de que forma elas observam e analisam as questões étnico-raciais", salientou a acadêmica.

Palestrantes falam sobre dificuldades no contexto político

No debate de políticas de ações afirmativas, os convidados da noite deram destaque ao contexto político que as pautas étnico-raciais estão inseridas. O professor Dr. Lúcio Antônio Machado Almeida disse ser fundamental que dialoguemos sobre esse tema. Segundo ele, "temos um projeto político que tem promovido o ódio aos grupos minoritários, entre eles a população negra do país. A gente vê que há uma proposta muito firme de atacar as políticas de ações afirmativas no Brasil, então é importante esse tipo de debate para que se encontre alternativas".

A professora convidada, Dra. Adevanir Aparecida Pinheiro, seguiu em uma linha de pensamento parecida com o seu colega palestrante. Ela disse que "no cenário que estamos hoje, é um grande desafio dar um retorno para os acadêmicos e para as instituições sobre como podemos nos fortalecer. Após toda essa onda de violência, de agressões políticas, religiosas, intolerância à diversidade, se torna essencial debater e chegar a um consenso sobre quais atitudes serão tomadas daqui para frente".

Confira a programação do Mês da Consciência Negra:

21/11 - O crescimento do mercado afro-empreendedor - Vamos falar de Black Money?

Palestrantes: diretora da Reafro, Mariana Ferreira Santos, e graduanda em Psicologia e idealizadora do projeto Maraia's Bonecas de Panos, Liliane Oliveira de Moraes. 

22/11 - Roda de conversa com alunos na sala Neabi, no prédio 11, com o tema Juventude Negra no Espaço Acadêmico. 

Convidados: graduado em Jornalismo, Bruno Mendes, presidente do DCE campus Canoas, Stéphanie do Prado, e mestrando em História, Vitor Costa.  

28/11 - O Serviço Social no Combate ao Racismo Institucional 

Palestrantes: conselheira do Conselho Regional de Serviço Social, Greice Cavalheiro, e coordenadora técnica da Associação Cultural de Mulheres Negras, Susane Souza. 

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS