O  jovem empresário e egresso do curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário Luterano de Santarém (Ceuls/Ulbra), João Bentes, 31 anos, venceu 3 dos 6 prêmios da etapa regional oeste da competição VentureCup Startup 2019, na cidade de Gotemburgo, na Suécia. 

A competição ocorreu em 21 de maio e premiou empresas com ideias de negócios e com potencial de impacto na sociedade ( conhecidas  como startups). Na disputa com mais de 300 inscritos, a VectorizeMove, empresa que o egresso integra, foi premiada em âmbito regional três categorias: JCE Accelerator Award, Best Traction Award e Publikens Pris. João é cofundador da empresa e responsável pela parte de software. Em entrevista, ele relata um pouco da sua história de sucesso e a contribuição do CEULS em sua vida profissional. 

Competição

A Venture Cup é a competição para os empresários de amanhã que conectam especialistas do mundo dos negócios com futuros empreendedores e oferecem um processo para todos que carregam uma ideia. A Venture Cup oferece inspiração, educação, supervisão e a oportunidade de criar uma rede sólida. 

Fundada em 1998 , a Venture Cup é apoiada pelas principais universidades da Suécia e é realizada em parceria com o setor privado e público.  Desde a sua criação, mais de 15.000 ideias de negócio competiram e cerca de 30% das ideias se tornaram negócios

***A que você atribui essa conquista?

Primeiramente, essa conquista é de todos os envolvidos na VectorizeMove. Muitas pessoas têm nos ajudado e acreditado no nosso potencial. Também temos um time incrível composto de pessoas de diferentes culturas, idades e background acadêmico. Time que tem trabalhado duro e está focado em um bem maior mesmo diante de tantas adversidades. 

Existem diversos fatores que podem ter nos trazido até aqui. Alguns deles ,talvez nem tenhamos conhecimento. Mas se tem algo que eu destacaria como importante nessa conquista é o nosso time e nossos parceiros que acreditam e têm lutado para tornar a VectorizeMove uma realidade. 

*** Você imaginou que a graduação em Sistemas de Informação poderia o levar tão longe e  fazer a diferença no mercado de trabalho em outro país?

Sim, inclusive esse foi um dos motivos pelo qual escolhi cursar Sistemas de Informação. Sempre vislumbrei em ter uma carreira fora do Brasil. À princípio segui uma carreira acadêmica onde fiz Mestrado em Computação na Universidade Federal Fluminense (UFF) e iniciei um doutorado na Halmstad University em Halmstad na Suécia, porém, pelo menos há dois decidi mudar o rumo da minha carreira quando comecei a trabalhar como Engenheiro de Software. E essa é a beleza da área de TI, é possível se reinventar a todo momento e em qualquer lugar mundo. 

*** O mercado de trabalho para sua área na sua Suécia é promissor? 

Sim, muito promissor. Em 2018 um relatório publicado pela Almega (Referência:  https://www.almega.se/app/uploads/sites/2/2018/06/ittelekom_rapport_brist_pa_it-kompetens_eng_webb.pdf) mostrou que a Suécia vai precisar de cerca de 70 000 profissionais de TI e Telecom até antes de 2022. Esse números são bem significativos em um país de cerca de população de cerca de 8 milhões de pessoas. 

Estocolmo, onde moro, tem sido constantemente chamada de Vale do Silício na Europa (Referência: https://www.fastcompany.com/3061052/how-stockholm-is-creating-a-second-silicon-valley-in-scandinavia). Isso se deve não só pela grande quantidade de grandes empresas de TI que estão em Estocolmo, mas também pela grande quantidade de startups que surgem e tem sucesso aqui.

Além disso, a Suécia oferece uma excelente qualidade de vida para seus moradores. Existe aqui uma grande preocupação com a saúde mental dos profissionais e com o balanço entre vida profissional e pessoal. 

***Qual a importância da graduação na Ulbra Santarém na sua formação profissional?

Foi durante a minha graduação na ULBRA que construí a base do meu conhecimento na área de Computação. Foi nesse tempo que aprendi a aprender, que comecei a trabalhar em equipe, que aprendi a mentorear e ser mentorado, e onde tive o meu primeiro contato com pesquisa científica. Aproveitei quase todas as oportunidades oferecidas pela instituição. Fui aluno de iniciação científica, fui monitor de classe, fui voluntário de Semana Acadêmica, e fiz diversos cursos de extensão durante o meu tempo como acadêmico de Sistemas de Informação. Ainda lembro muito bem das minhas aulas de programação, estrutura de dados, Engenharia de Software e de bancos dados, conceitos que uso no meu dia a dia até hoje. E também lembro de vários conselhos que recebi da minha mestra Prof. Marla Geller, do Prof. Carlos Araújo e do Prof. Carlos Eduardo Antunes (Dadinho), que inclusive foi meu mentor durante o meu primeiro estágio profissional. E foi durante uma Semana Acadêmica de Sistemas de Informação que eu tive a oportunidade de conhecer o Prof. Esteban Clua, que abriu as portas para eu fazer o meu mestrado em Ciência da Computação na Universidade Federal Fluminense (UFF).

*** Qual a orientação que você faz para quem estuda Sistemas de Informação?

Busque conhecimento e experiências não só dentro da sala de aula, mas também fora dela. Participe de eventos como a Semana Acadêmica de Sistemas de Informação, conheça pessoas, faça estágios, vá a minicursos e seminários, se envolva na Empresa Júnior ou, simplesmente,  desenvolva seu próprio projeto com amigos(as) ou colegas. Aprenda a aprender, as duas formas que funcionaram para mim foi usando o meu conhecimento na prática e ensinando ao próximo. 

***Qual a mensagem que você deixa para quem busca alcançar o sucesso profissional?

Tente, aprenda com seus erros e tente de novo. 

Fonte: Com informações e fotos de VectorizeMove