Professora e egresso da ULBRA Torres publicam artigo sobre o perfil das vítimas de traumas

Estudo considerou os atendidos pelo SAMU em Torres

            A professora do curso de Enfermagem da ULBRA Torres, Magda Regina Dörr e o egresso Sílvio Severo, realizaram um grande estudo a respeito do perfil dos traumatizados no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, em Torres. Destes estudos, parte dos resultados foram formatados e enviado como Artigos Científicos para duas importantes revistas da área de Enfermagem no país. A Revista Sul-Brasileira de Enfermagem, que estudou o período de 2011/2012, e a Revista Emergência, que estudou o período de 2013/2014.

            Dados alarmantes em relação aos traumas chamam a atenção em ambos os períodos. Diferente de outros estudos realizados anteriormente realizados, o principal horário de ocorrências de acidentes com traumas é entre às 12h e 17h59. Outro ponto que chama a atenção é que os homens predominam no número de acidentes, com 65,99% das ocorrências, tendo como faixa etária mais prevalente entre os 21 e 40 anos.

O número de atendimentos do SAMU em Torres no período de 01/01/2013 até 30/12/2014, em Torres (RS), foi de 2.814. Deste total, 938 foram em virtude de trauma, correspondendo a 33,33% dos atendimentos. O mais comum entre os eventos causadores de traumas foram colisões/atropelamentos (50,32%), seguido por quedas (36,67%), ferimentos contusos (5,32%), agressões (3,92%) e outros (5,73%).

O maior número de ocorrências se concentrou no mês de Dezembro (13,54), porém os meses de janeiro, fevereiro e março, também foram acima da média anual, que é de (8,33%), ficando com a marca de 8,35. O domingo é o campeão de ocorrências, com 15,67%, seguido pela sexta-feira (15,57%), enquanto o dia de menor número de ocorrências é a quarta-feira com 12,69%. O horário com menos ocorrências é das 0h às 5h59, o que pode ser influência da pouca "vida noturna" existente na cidade, com apenas 8,42% das ocorrências.

Das ocorrências atendidas, foi tomada a decisão de remoção necessária e possível em 902 atendimentos (96,16%), sendo que 544 atendimentos foram considerados de gravidade média (58%). As vítimas em sua maioria eram jovens economicamente ativos.

"A importância para a sociedade de mapearmos estes dados é que, com eles em mãos, podemos estimular a prevenção, buscarmos soluções em conjunto, equipar os agentes de atendimento, além de trabalhar com campanhas de educação. Acidentes de trânsito, que é uma das maiores causas dos traumas, é uma das principais causas de morte não natural. No Rio Grande do Sul, nas últimas décadas, têm sido uma das principais razões das mortes por causas externas, passando de 26% os óbitos com estas características", comentou Silvio Severo, que é Enfermeiro formado pela ULBRA Torres e Especialista em Urgências e Emergências.

A professora Magda destacou outro aspecto importante. "As publicações destes artigos, além de mostrar um pouco dos estudos acadêmicos que realizamos no nosso curso de Enfermagem, nos trouxe a tona a necessidade de buscarmos campanhas mais efetivas com relação aos traumas. Vimos que as quedas também representaram um número bastante grande no período estudado. Os horários de maior ocorrências facilitam também o planejamento de possíveis atividades de prevenção, inclusive com o uso da segurança pública, dando maior efetividade na busca pela preservação da vida. É preciso aprofundar mais os estudos, envolver a sociedade para que possamos evitar acidentes e traumas", finalizou Magda.