As medidas de isolamento vêm modificando as formas de convivência e os meios utilizados para a interação social, principalmente quando falamos no âmbito da educação. Com as aulas ocorrendo no ambiente virtual, professores e alunos têm descoberto um novo universo de possibilidades dentro do ensino a distância, com foco em manter a qualidade do aprendizado. 

Conforme a professora de matemática do Colégio Ulbra São Lucas, Claudia Assis, as aulas têm ocorrido em diversas plataformas de ensino e contam com uma grande rede de apoio. "Ela existe para impulsionar a aprendizagem dos alunos, sendo um engajamento de equipe diretiva, professores e familiares."

O papel desempenhado pela instituição também é muito importante nesse momento e Claudia aponta que, nessa mudança repentina, o colégio foi fundamental no auxílio para utilização das plataformas digitais. 

A educação como esperança de dias melhores

"No início eu não imaginava que iria se estender tantos dias, então achei que uma lista de atividades seria suficiente. Não foi." Nativos digitais, os alunos ansiavam por mais diversidade nos conteúdos, o que levou Claudia a se aventurar nas demais tecnologias disponíveis. "Estávamos todos nós nos reinventando na educação."

As salas virtuais de encontro, como ClipEscola, qualificaram a realidade de muitos professores. Para a matemática, a utilização das tecnologias não seria um problema para os alunos, mas o vínculo estudante-professor deveria ser reconstruído. "Os alunos se mostraram muito receptivos em receber essa nova maneira de estudar, com muita seriedade, mesmo sentindo falta do nosso convívio."

E, mesmo com a distância física, a ansiedade por compartilhar conhecimentos e momentos com os alunos mantêm Claudia esperançosa. Para ela, cada aluno que inicia os estudos é um depósito de confiança enorme da família para com a escola. "Quando chega o dia e o horário do início da aulas, e eu leio o pedido para entrada na sala virtual, sinto borboletas no estômago." 

O fundamental papel da família

Caminhando junto com a escola, sob o olhar da continuidade dos estudos, as famílias também tiveram que se reinventar. Segundo a professora, mães e pais aprendem junto com os filhos neste momento. "Eles tiveram que flexibilizar algumas regras para que tudo funcionasse, como disponibilizar smartphone, internet e horários de uso, além de estar muito mais atentos e vigilantes com os jovens." 

Professora também dos pequenos, Claudia destaca que o papel da família com as crianças deve ser muito mais atencioso e a metodologia de ensino deve contemplar a família toda. "O mais importante é que o método seja ativo e não focar tanto no conteúdo", explicando que esses métodos criam uma âncora entre a criança e o conteúdo a partir de perguntas, desafios e incentivo à verbalização para garantir a participação ativa nos encontros por vídeo.

Para ela, o grande desafio para qualquer ensino é encontrar metodologias que garantam a participação e interesse em um ambiente totalmente livre. Tanto uma live quanto vídeos explicativos e até mesmo utilização de uma música, que são ferramentas auxiliadoras das atividades educacionais, o objetivo em qualquer grau de ensino é oferecer aprendizado através de uma comunicação em tempo real e com perspectiva de respostas e ideias: "Estamos descobrindo a todo momento metodologias que geram aprendizados".

Emily Ebert
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas