A acessibilidade pode ser percebida sob a ótica de oito dimensões, o que permite uma percepção mais apurada do seu espectro. São elas: acessibilidade atitudinal, acessibilidade arquitetônica, acessibilidade metodológica, acessibilidade programática, acessibilidade instrumental, acessibilidade nos transportes, acessibilidade nas comunicações e acessibilidade digital.
A seguir, a descrição de cada dimensão:
Acessibilidade atitudinal - Refere-se à quebra de barreiras decorrentes, também, da falta de informação em relação às pessoas com deficiência. A garantia do bem-estar e respeito às pessoas resulta da eliminação de estereótipos embasados no entendimento da deficiência como sinônimo de limitação e incapacidade. É central que a pessoa seja vista considerando-se suas potencialidades e não suas limitações.
Acessibilidade arquitetônica - Conhecida também como acessibilidade física, a acessibilidade arquitetônica busca a eliminação de barreiras físicas nos mais diversos ambientes, sejam eles públicos ou privados, pois proporcionar condições de acessibilidade significa viabilizar a equiparação de oportunidades em todas as esferas da vida. Considerando que a acessibilidade arquitetônica está relacionada ao ambiente e não às características da pessoa, se este não oferece condições adequadas de acessibilidade, poderá dificultar o desempenho da pessoa.
Acessibilidade metodológica - Também conhecida como pedagógica, pressupõe a ausência de barreiras nas metodologias e técnicas de estudo, assim como a existência de ações que resultarão em processos de diversificação curricular, flexibilização do tempo e a utilização de recursos (tecnologias assistivas) para viabilizar a aprendizagem de estudantes com deficiência. Nesse sentido, é essencial que os projetos político-pedagógicos dos cursos, assim como os planos de aula das disciplinas, contemplem diversificadas situações de aprendizagem e de avaliação.
Acessibilidade programática - Busca eliminar as barreiras presentes nas políticas públicas (leis, decretos, portarias, normas, regulamentos, entre outros) e ocorre quando a instituição promove processos de sensibilização que envolvam a informação, o conhecimento e a aplicação dos dispositivos legais e políticas relacionadas à inclusão e à acessibilidade em seu contexto.
Acessibilidade instrumental - Trata da superação de barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo (ensino), de trabalho (profissional) e de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva). Esse tipo de acessibilidade envolve todas as demais e reflete a qualidade do processo de inclusão plena das pessoas com deficiência no ambiente organizacional (de ensino e/ou laboral).
Acessibilidade nos transportes - Dedica-se à eliminação de barreiras não só nos veículos, mas, também, nos pontos de paradas, incluindo as calçadas, os terminais, as estações e todos os outros equipamentos que compõem as redes de transportes.
Acessibilidade nas comunicações - Requer uma sociedade sem barreiras na comunicação interpessoal (face a face, língua de sinais, linguagem corporal, linguagem gestual, etc.), na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila, etc., incluindo textos em Braille, uso de notebook e outras tecnologias assistivas) e na comunicação virtual (acessibilidade digital).
Acessibilidade digital - Intrinsecamente relacionada à acessibilidade nas comunicações, a acessibilidade digital prevê a eliminação de barreiras na disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos.