Morreu nesta terça-feira (4), aos 67 anos, vítima de um infarto, o paleontólogo Sérgio Cabreira. Ele chegou a ser levado a um hospital em Faxinal do Soturno, onde residia, mas não resistiu. Ele deixa dois filhos. Referência na descoberta de fósseis no Rio Grande do Sul, atuou na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) como líder do Ulbra Paleontologia, entre 2004 e 2019.

À frente do projeto, Sérgio Cabreira e sua equipe descobriram cerca de 290 fósseis, incluindo algumas das descobertas mais importantes da ciência, como o Buriolestes schultzi e o Pampadromaeus barberenai, considerados os dinossauros mais antigos da história pelo Guinness Book, o livro dos recordes.

O trabalho rendeu a Cabreira notoriedade em todo o mundo. Em 2010, a comunidade científica internacional foi surpreendida com o anúncio da descoberta do Prestosuchus chiniquensis, um fóssil de aproximadamente 238 milhões de anos do então chamado tecodonte,  termo já considerado obsoleto, usado originalmente para descrever espécies que apareceram até o período Triássico (há 201 milhões de anos).

No ano seguinte, acompanhado do colega Lúcio Ribeiro da Silva, descobriu mais dois fósseis do período do Triássico Médio (que corresponde a cerca de 238 milhões de anos atrás), que estariam diretamente associados à origem e evolução dos crocodilos modernos. Já em 2013, revelou ter encontrado materiais ósseos fossilizados do que poderia ser um novo espécime de dinossauro, nunca antes catalogado.

Ciro Cabreira, irmão de Sérgio, reconheceu a trajetória do trabalho com a Ulbra e ponderou sobre a perda. "Foi a universidade que abriu as portas para a equipe poder trabalhar. Eu perco um irmão, a família perde um ente e a humanidade perde um bom cientista. Fica o legado e tudo aquilo que foi construído", reflete.

O reitor da Ulbra no Rio Grande do Sul, Adriano Chiarani, lamentou a morte de Cabreira. "Ele era um dos paleontólogos mais importantes do Brasil e com certeza fez descobertas relevantes para o mundo todo usufruir de conhecimentos. Ele foi responsável por levar o nome da Ulbra para todos os continentes para a posteridade, por meio de seus achados paleontólogos realizados como docente e pesquisador da Ulbra", afirmou Chiarani.

Marcelo Monteiro
Assessoria de Comunicação Ulbra