Cerca de 300 alunos do 1º e 2º semestres de Medicina testaram suas habilidades, nesta semana, em um exercício valendo nota, que simulou o atendimento médico nas novas salas do Centro de Especialidades do prédio 59 do Campus Canoas da Ulbra. O objetivo da prática foi avaliar o desempenho clínico com destaque especial para a anatomia. Divididos entre médicos e pacientes para simular atendimentos reais, os estudantes puderam utilizar a estrutura que reúne 40 salas recém-inauguradas. A atividade é denominada Exame Clínico Estruturado e Objetivo em Anatomia (OSCEAN).

Para o professor Henrique Zaquia Leão, professor da disciplina de Anatomia, é preciso demonstrar não somente raciocínio clínico, mas também conduta profissional e empatia. "O cérebro acredita no teatro que está sendo representado. Isso torna a experiência ainda mais imersiva. Além disso, o foco na anatomia aplicada faz com que o aluno compreenda a relevância prática do que estuda, indo além da simples memorização de conceitos", ressalta Leão.

Segundo a coordenadora do Centro de Especialidades Médicas, Micheli da Silva Meirelles, a experiência é uma grande oportunidade para os estudantes. "A proposta é permitir que os alunos tenham vivências práticas desde cedo, em um ambiente que simula a realidade do consultório médico. Essa estrutura oferece um espaço mais aconchegante, preparado para que os alunos se sintam realmente parte da profissão que estão escolhendo", explica.

Um diferencial para os futuros profissionais

"Eu acho muito importante para a nossa formação, até para perder o medo de realmente apresentar algo, demonstrar nossos conhecimentos. Uma coisa é fazermos uma prova teórica, outra coisa é estarmos em um hospital de verdade, atendendo e representando os pacientes. É muito legal praticar aspectos clínicos, é o que vai nos preparar para situações reais no futuro", destaca o aluno João Antônio Ollé.

Durante a atividade, os estudantes recebem cenários que incluem cinco doenças diferentes. Cada participante desempenha o papel de médico ou de paciente. A prova avalia não apenas os conhecimentos de anatomia, mas também habilidades interpessoais e comportamentais, como a comunicação com o paciente e a realização de exames clínicos simulados. 

Para a estudante Marita Bernardy, integrar o conhecimento de anatomia com a prática clínica é fundamental. "A atividade nos aproxima do contexto médico-paciente desde cedo. É uma experiência incrível, ainda mais com essa estrutura que simula o ambiente de um consultório. Isso faz a gente imaginar como vai ser no futuro, é muito bacana", afirma.

Conforme o professor Leão, o envolvimento do aluno com a atividade faz a diferença. "No primeiro ano, a gente se preocupa muito em ensinar como falar a linguagem da anatomia. Tradicionalmente, a gente fica decorando: osso, músculo e tecido neural. Nós não abandonamos o tradicional, mas esse tipo de representação é importante. Eles estão envolvidos com essa atividade, com o desenvolvimento dessa habilidade comportamental de como tratar o paciente, de como ser um paciente. É importante viver um pouco da prática, que um dia vai ser real", ressalta Leão. 

Centro de Especialidades

São 40 consultórios amplos e equipados com toda a infraestrutura necessária para atendimento, em uma área total de 871,65m². Cada uma das salas está equipada com mesa e cadeiras, mas fixas para exames clínicos, computador, pia e ar-condicionado. 

De acordo com a coordenadora do Centro de Especialidades Médicas, Micheli da Silva Meirelles, a expectativa é que o local comece a funcionar em 2025. Com capacidade para cerca de 80 atendimentos por turno, manhã e tarde, os procedimentos serão realizados via Sistema Único de Saúde (SUS) ou convênios, com intermediações com as secretarias de saúde da região. 

Além disso, são oferecidas 16 especialidades clínicas e cirúrgicas, incluindo pediatria, ortopedia, infectologia, reumatologia, dermatologia, cirurgia plástica, neurologia, oncologia, hematologia, psiquiatria e otorrinolaringologia. 

Thamiriz Amado
Assessoria de Comunicação da Ulbra