Prestes a iniciar o seu ano letivo, a Rede de Escolas se reuniu no seu já tradicional Encontro de Professores e Funcionários, realizado nesta quinta-feira, 14, nos auditórios da Ulbra Canoas. Ao todo, mais de 300 docentes e colaboradores compareceram para planejar os processos que serão realizados em sala de aula e debater os rumos do ensino no estado e no país, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Alcançando a marca de 10 edições, a diretora da Rede de Escolas, Núrfis Vargas, destacou a importância da participação das nove escolas da Ulbra no estado. "Temos uma cultura de trabalhar em rede, então fazemos a preparação desse evento com bastante antecedência, definindo os palestrantes e os temas que nortearão e capacitarão os nossos professores e funcionários, para que eles desenvolvam seu trabalho da melhor forma", frisou a professora. E, ainda dentro do conceito de rede de ensino, Núrfis disse que "há uma colaboração constante, onde as boas práticas de cada escola são replicadas nas demais".

Com a temática "Aprendizagem: uma viagem ao conhecimento e à celebração da vida", o evento iniciou suas atividades pela manhã, com as palestras do pastor Mario Fukue, capelão da Ulbra, e Zita Lago, consultora da Positivo, parceira da Instituição. A professora doutora foi convidada para palestrar sobre os desafios da implementação da Base Nacional Comum Curricular nas escolas do Ensino Básico. "Traz um desafio interessante, porque é mais uma oportunidade de modificar a prática pedagógica. Hoje, nós temos uma nova realidade em termos políticos, pedagógicos, culturais e, de modo muito especial, no campo do trabalho", disse ela, que é especialista na área de Gestão e Políticas Públicas Educacionais.

Base Nacional Comum Curricular e seus pilares

Ainda falando sobre o conteúdo de sua palestra, Zita Lago destacou os pilares da transformação que o Ministério da Educação (MEC) busca alcançar com a BNCC, que é discutida pela pasta desde 2014 e agora está em processo de implementação. "Dentro do contexto da implementação, aparecem quatro pilares que devem ser contemplados: formação de professores, materiais didáticos, reestruturação da avaliação e envolvimento da União, estados e municípios", explicou.

Segundo ela, nenhum dos quatro pontos poderá funcionar se não tiverem uma infraestrutura adequada. Não só na parte física, mas de recursos humanos, para que a proposta se efetive. Na visão de Zita, "estamos muito aquém da necessidade, não só da formação desses recursos humanos, como das próprias condições estruturais, principalmente na rede pública". A constatação da professora é de que as escolas privadas ainda são aquelas que mais oferecem um serviço e uma formação próxima do ideal.

Reestruturação da formação de docentes

Diante das mudanças pedagógicas e surgimento de novas tecnologias, a palestrante deixou clara a necessidade de reestruturação dos cursos de licenciatura das universidades, para que os professores da Educação Básica sejam capacitados de acordo com as novas propostas pedagógicas praticadas nos países mais desenvolvidos. "Precisamos de profissionais que estejam aptos a trabalhar com as metodologias inovadoras, metodologias ativas", frisou.

Os professores presentes foram no mesmo sentido que a palestrante e salientaram a necessidade de inclusão de novas tecnologias no processo de ensino nas escolas. "É uma missão nossa associar o trabalho e o ensino às projeções tecnológicas. O aluno entra em sala de aula com muita informação, com muito acesso, muita conexão e nós temos que saber lidar com isso, saber utilizar isso da melhor forma possível. Precisamos direcionar isso para o bem, para que eles possam transformar todo esse acesso à informação em conhecimento", destacou Alisson Queiroz, professor de História e Geografia do Colégio Cristo Redentor.

Denilson Teixeira, que leciona Geografia no Colégio São Mateus, também considerou importante o uso da tecnologia, principalmente para atrair os jovens que já nascem em uma Era Digital. "Eles já nascem com um celular na mão. O professor tem que estar atento a isso e precisa se inserir, pois é algo que veio para ficar, então precisamos desenvolver isso dentro de sala de aula", apontou o professor.

Parceira é referência no uso de novas tecnologias na educação

A Rede de Escolas da Ulbra é parceira do Sistema Positivo de Ensino, reconhecido no país inteiro pelas boas práticas e aplicações de produtos tecnológicos voltados à educação. Raphaela Gubert, coordenadora de Escolas Confessionais parceiras da Positivo, esteve presente no evento e ressaltou a importância da relação próxima entre a empresa e as escolas da Ulbra. "Nós temos uma parceria diferenciada, onde nós contribuímos, de fato, no processo educativo como um todo, não só no envio do material didático, mas também na formação pedagógica e humana.

Atendimento humanizado e conhecimento jurídico para receber alunos especiais

Para concluir o 10º Encontro de Professores e Funcionários da Rede de Escolas da Ulbra, dois palestrantes trouxeram temáticas de capacitação dos colaboradores. O professor Robson Lima foi responsável por tratar sobre o atendimento mais humanizado e leve no ambiente escolar. Com a palestra intitulada "Comunicação Assertiva Afetiva: o segredo para um ambiente de trabalho inspirador", ele disse que o objetivo é que todos se conscientizem de que são educadores, desde o porteiro que recebe os alunos até o professor que tem um contato frequente e direto na sala de aula.

No auditório ao lado, a palestrante Angela Mendonça falou sobre os desafios da educação na atualidade, especificamente sobre a inclusão de forma igualitária dentro das escolas. "É muito recente no panorama educacional. Isso leva a escola a aplicar medidas que nem sempre são as mais adequadas, do ponto de vista jurídico", disse a professora, que considera importante o conhecimento das leis para estabelecer uma relação de igualdade entre os alunos no ambiente escolar e fortalecer um modelo de educação mais inclusivo.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS