Alexsandra fala dos pontos fortes que um acadêmico EAD deve ter Foto: Arquivo Pessoal

A egressa do curso de Física da Universidade Luterana do Brasil, Alexsandra Queiroz, de 37 anos, moradora da cidade de São José do Jacuípe, na Bahia, passou pela experiência de realizar sua graduação na modalidade de educação a distância ao mesmo tempo em que vivia a expectativa e as emoções da chegada da primeira filha.

A escolha pela formação se deu pela afinidade com os números e facilidade para cálculos. "Por conta disso, fui convidada para trabalhar em um colégio estadual ministrando esta disciplina. O diretor apresentava uma constante dificuldade em encontrar alguém para assumir a matéria, isso porque, além de não haver professor efetivo formado na área, os que têm graduação afim, como Matemática, se recusavam a ministrá-la", explica Alexsandra.

O início deste novo desafio despertou na baiana o encanto pela matéria: "A necessidade de adquirir novos conhecimentos, podendo interagir cada vez mais com os alunos, me fizeram estudar por conta própria. Foi quando decidi ingressar neste curso, não apenas para me aperfeiçoar, mas também para estar apta profissionalmente a trabalhar na área".  

Assim que Alexsandra decidiu cursar a graduação, surgiram novas dúvidas. "Como e onde fazer, trabalhando 40 horas semanais como servidora pública e morando numa cidadezinha longe dos grandes centros universitários? Eu precisava estudar em casa, então concluí que a modalidade EAD seria a mais viável, tendo em conta minha disponibilidade de horário e espaço", concluiu a educadora. 

Organização do tempo

No período do curso, a então acadêmica cumpria sua carga horária profissional em 3 dias e dois turnos, sempre manhã e tarde, além de quinzenalmente ter encontros para as atividades complementares em um período. "Assim, eu tinha aproximadamente dois dias livres toda semana, além das noites e finais de semana. Esse tempo era utilizado para os estudos, lazer, família, e, eventualmente, para o trabalho", relembra.

Alexsandra explica que é muito importante saber gerenciar o tempo disponível, pois o fato de estudar na modalidade a distância faz parecer que há uma grande liberdade para lazer ou ócio, o que não é verdade. "O comprometimento com os estudos é tão ou mais importante que na graduação presencial, quando seu tempo já está gerenciado, ou seja, todos os dias, naquele horário, você estará na sala de aula e a explanação do conteúdo será realizada pelo professor, qualquer dúvida proveniente poderá ser dirimida no momento que ela surge ou durante o próximo o encontro. Na EAD, a explanação do conteúdo se dá através de uma leitura cuidadosa e comprometida e as dúvidas devem ser encaminhadas para o professor que irá respondê-las o mais rápido possível, então é necessário estudar com antecedência a matéria para que o docente possa ter tempo hábil para sanar uma eventual dúvida", acrescenta a física.

O ponto de partida, segunda a egressa, é ter afinidade com cálculos e se dedicar muito, ler com especial interesse o conteúdo e resolver a maior quantidade de exercícios possíveis. "A teoria é muito importante, mas é na prática que você a aplica e é na prática que você descobre se houve ou não absorção da teoria, de forma que, quanto mais exercícios/problemas forem resolvidos, mais conhecimento será adquirido e maior será a habilidade na resolução. Além disso, não devemos nos ater apenas ao material fornecido pela Universidade, pesquisar em outras fontes é essencial", conclui.

Durante a graduação, a acadêmica vivenciou também outro grande desafio: a maternidade. A gravidez de risco fez com que a formanda se afastasse do trabalho para ficar em repouso absoluto durante os 5 últimos meses de gestação, no seu último semestre da faculdade. "Estudar ficou complicado, uma vez que a locomoção estava limitada. Em virtude disso, não pude fazer o Enade e o estágio ficou comprometido. Felizmente tive profissionais compreensivos tanto na Ulbra como no colégio onde estagiei, os quais adequaram as aulas de estágio às minhas limitações. Assim, atravessei um período conturbado devido não apenas à gravidez e ao risco dela, mas, sobretudo, à perda do meu pai. Enfim, foi necessário ter equilíbrio emocional, responsabilidade e foco para não desistir e manter o nível de aprendizagem", relembra a hoje egressa da Universidade.

Sobre a história de que se aprende mais num curso quando ele é presencial, a Física esclarece que há um melhor aproveitamento do aprendizado quando existe dedicação, interesse e comprometimento, independentemente da forma como a graduação é cursada. "O estudo na modalidade EAD depende muito do estudante, de sua determinação, de seu gerenciamento de tempo, de inteligência e equilíbrio emocional. Então, quem desejar fazer esse tipo de curso só tem a ganhar se tiver as características apresentadas e, digo mais, a quem estiver em dúvida, que é totalmente confiável. O conteúdo apresentado é o mesmo que na educação presencial e o acadêmico conseguirá ter resultados iguais ou superiores, porém não se deve optar por esta forma de aprendizado levianamente, porque o retorno cobrado do universitário é o mesmo exigido na formação presencial, porém sua dedicação deve ser relativamente maior", finaliza. 

Os planos para o futuro da baiana incluem uma pós-graduação e, na sequência, o mestrado ou doutorado: "Foi um curso que me fascinou e continua a fascinar. Quero aprender mais".

Andréia Pires
Jornalista - MTb.: 17.976