No dia 23 de maio acontece o lançamento do documentário Para Além da Guerra, produzido pelo professor de Psicologia da ULBRA Santa Maria, Luis Henrique Ramalho Pereira e a psicóloga Vanessa Solis Pereira.

Para Além da Guerra é um documentário que parte de uma perspectiva contemporânea da Guerra das Malvinas, a última guerra da América do Sul, que teve duração de 2 de abril a 14 de junho de 1982. O que desencadeou o conflito entre a Argentina e a Inglaterra foi uma disputa territorial pelas Ilhas Malvinas na qual os ingleses saem vencedores. Este filme aborda a atualidade dessa Guerra na vida de um grupo de ex-combatentes da cidade de Paso de Los Libres, Província de Corrientes/Argentina. Trata-se de uma história de personagens com passado, porém, sobretudo, busca-se o presente desses homens, quem são eles, o que pensam, como vivem, o que tem a nos dizer sobre essa experiência tão particular depois de trinta anos.

O lançamento acontecerá na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma), às 19h e contará a presença de alguns dos ex-combatentes que participarão de um debate após a exibição do filme.

A produtora Vanessa Solis Pereira nos contou em entrevista como se deu a produção e a história do documentário.

Por que fazer um documentário sobre a Guerra das Malvinas? Qual foi a motivação?

Tenho um familiar ex-combatente (argentino). Lembro dele desenhando a Guerra em um caderno, caderno esse que nunca mais reencontrei. Daí partiu o interesse, das minhas lembranças da convivência com esse familiar, que era muito reservado. Na minha família não se falava sobre a Guerra. Essa foi a última Guerra da América do Sul, em 1982, que envolvia um país vizinho, muito próximo a nós nos costumes, pensando a cultura aqui do Sul.

Pode nos contar como foi à produção do documentário sobre a Guerra das Malvinas? Quanto tempo à equipe trabalhou desde o roteiro até a finalização?

Conto o tempo desde os primeiros encontros com o grupo de ex-combatentes, há três anos. Toda vez que íamos à Paso de Los Libres (nasci em Uruguaiana, fronteira com a Argentina) nos encontrávamos com eles. Tomávamos um mate e conversávamos sobre as ideias do filme, sobre as histórias deles na Guerra, as “anedotas”, como eles dizem. Por um ano foi assim. Depois, durante o curso de pós-graduação em Cinema, fomos trabalhando na pré-produção,no roteiro, argumento, etc. Em abril do ano de 2012 fizemos as primeiras filmagens e em julho as últimas. A primeira versão ficou pronta em novembro de 2012.

Tivemos participação de brasileiros neste confronto?

Bom, há alguns relatos de que houve brasileiros na Guerra sim, provavelmente filhos de pai ou mãe brasileira casado(a) com argentino(a). Alguns dos nossos entrevistados contam que conversaram com soldados que falam apenas português.