Coordenador do Comitê Ulbra 500 Anos da Reforma Luterana enalteceu a liberdade no aprendizado Foto: Luiz Munhoz

O dia 31 de outubro sempre é celebrado com gratidão e fé pela Ulbra, em todo o Brasil, por ser o Dia da Reforma Luterana. Entretanto, neste ano de 2016, a celebração é especial devido à expectativa pelo Jubileu dos 500 Anos da Reforma Luterana, que ocorre em 2017. Para comemorar a data, foram realizados momentos de reflexão em todas as unidades da Instituição. No campus Canoas, o ato religioso aconteceu no turno da tarde, no saguão do prédio da Reitoria.

O evento iniciou com a apresentação do Quarteto da Pastoral, formado por Paulo Brum, Ton Pacheco, Lucas Albrecht e Paulo Winterle. Durante toda a celebração, o Quarteto cantou quatro músicas. A primeira explanação do evento foi feita pelo capelão da Unidade, Gerhard Grasel, que enalteceu o descontentamento de Lutero, como o motivo para o início da Reforma Luterana. "A publicação de suas 95 teses decorreram de seu descontentamento com diversos pontos da doutrina da Igreja Católica", disse. Já o capelão geral, Maximiliano Wolfgramm Silva, relembrou que a ampla reforma religiosa que Lutero propôs aconteceu em um período em que as pessoas clamavam por mudanças. "As ações de Lutero implicaram em modificações substanciais que surgiram quando ele começou a perceber uma maneira diferente de se relacionar com Deus."

O vice-reitor da Ulbra e coordenador do Comitê Ulbra 500 Anos da Reforma Luterana, Ricardo Willy Rieth, fez uma reflexão relacionando a música  I'm free (Negro Spiritual), que retrata a escravidão dos negros que existiu nos EUA e que enfatiza a liberdade, com um dos escritos mais famosos da Reforma, que constitui-se em um tratado sobre a liberdade cristã e também relaciona-se com o lema da Ulbra: "A verdade vos libertará! Nossa Instituição quer ser uma comunidade de pessoas que são livres para aprender. Uma comunidade de aprendizagem que vive a partir da liberdade e serve para a liberdade", ressaltou Rieth.

O reitor da Universidade, Marcos Fernando Ziemer, estabeleceu uma relação existente entre os propósitos educacionais de Lutero e a Universidade. "Lutero tinha grande preocupação com a aprendizagem lúdica dos alunos, pois, para ele, o aprendizado devia ser prazeroso. O grande desafio de nossa Instituição é proporcionar aos estudantes uma formação integral da pessoa", ressaltou o reitor. 

O evento contou com a participação de colaboradores, professores e alunos da Universidade, bem como integrantes da Reitoria e da Mantenedora Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra). Também foram organizadas celebrações nesta data nas escolas de educação básica e demais instituições de ensino superior mantidas pela Aelbra.

A programação completa a respeito das comemorações dos 499 anos da Reforma Luterana e as atividades do Comitê Ulbra 500 Anos da Reforma Luterana podem ser acessadas no site www.ulbra.br/reforma-luterana.

Reforma Luterana

A Reforma Luterana teve origem na cidade de Wittenberg, na Alemanha. O marco do movimento foi 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero, então monge católico, publicou 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em protesto contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, sugerindo mudanças.

A atitude do monge repercutiu. Solicitado a se retratar, Lutero não concordou em fazê-lo, a não ser que as suas teses fossem derrubadas com argumentos bíblicos. Então, Lutero foi expulso da Igreja Católica. Como uma das consequências, ocorreu a divisão da Igreja, sem ser esta a pretensão do reformador. O movimento ultrapassou fronteiras e se estendeu a outros países da Europa, chegando ao Brasil em 1824, com a imigração alemã.

André Bresolin
Jornalista - MTb 18.183