Alessandra Huff Mello treina o Magia Sport Club há nove meses Foto: Divulgação

As mulheres já conquistaram o seu espaço nos estádios de futebol como torcedoras, mas, e quando o assunto é a presença feminina no poste de treinador? O feito é raro. De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi apenas em 2018, pela primeira vez, que uma mulher conquistou o registro de técnica profissional na CBF. Na região, a egressa do curso de Educação Física da Ulbra, Alessandra Huff Mello, 34 anos, vem chamando a atenção pelo trabalho que vem desenvolvendo desde outubro do ano passado como treinadora do Magia Sport Club. O time de futebol sete, formado apenas por atletas homossexuais, integra as principais equipes brasileiras da Liga Nacional de Futebol Gay (LiGay). O grupo se reúne para treinar todas as terças-feiras à noite, no bairro Floresta, em Porto Alegre.  

Formada em 2009 pela Ulbra, a treinadora hoje é referência na beira do campo, tanto para os jogadores quanto para outras mulheres, já que ela se tornou inspiração para aquelas que sonham em treinar um time de futebol. Além de comandar o Magia Sport Club, Alessandra é sócia-proprietária da Alva Group Assessoria Esportiva, onde ministra aulas de personal trainer, é treinadora do Pokopika Futebol Clube, professora na escolinha de futebol Santos, em Porto Alegre, e apresenta o programa web rádio Camisa 24 Sport Show.  

Focada em trabalhar com futebol desde o início da graduação, Alessandra conta que se aproximou da profissão trabalhando em escolinhas esportivas mantidas pela Prefeitura de Canoas. A base para a carreira profissional, conta ela, veio da Universidade. "Aprendi muito e poder passar seis anos respirando e vivendo o ambiente do esporte só me fez querer ainda mais trabalhar com isso. Na Ulbra, tive grandes professores que me marcaram muito e ainda tenho contato com eles. Fiz grande amigos e agradeço por tudo que vivi e aprendi durante minha vida acadêmica", afirma a treinadora. 

Formada em 2013 no curso profissionalizante de treinador de futebol de campo, Alessandra sofreu e até pensou em desistir com as negativas de clubes de futebol, que deixavam claro que somente homens eram procurados para a função. A primeira oportunidade como treinadora de futebol veio de um time universitário. Em seguida, recebeu a proposta do Magia Sport Club. A qualidade do trabalho realizado pela treinadora apareceu logo no primeiro torneio do time gay, na Champions Ligay, no Rio de Janeiro, quando o time que comanda conquistou a quarta colocação. "Sigo buscando o meu lugar e acreditando que a representatividade das mulheres na área técnica no esporte será maior", completou.  

Luiz Felipe Machado
Estagiário de Jornalismo da Ulbra Canoas