Restabelecer o equilíbrio operacional da ULBRA é o principal objetivo da reestruturação da Reitoria, anunciada na última quinta-feira, 28.02. E seguindo neste caminho que o novo pró-reitor de Planejamento e Administração, Romeu Forneck, pretende focar suas ações em 2013. O professor e doutor em Economia acredita que com o restabelecimento do equilíbrio operacional da Instituição será possível pensar em atração de investidores. Para chegar a este resultado, o primeiro passo a ser dado é atuar na ampliação dos índices de permanência e formatura dos alunos. Confira abaixo a análise de Forneck sobre a Instituição, e como ele pretende trabalhar para contribuir com a plena recuperação da Universidade:

Desde 2009 a ULBRA tem trabalhado no Plano de Reestruturação da Instituição. De lá pra cá muita coisa foi realizada e desenvolvida.  Com base em sua experiência e conhecimento na área, quais as perspectivas para a plena recuperação da ULBRA?

As perspectivas de plena recuperação da ULBRA se dão num horizonte de longo prazo, entre 15 e 20 anos. Essa perspectiva é real e pressupõe ações de curto prazo (dentro de 12 meses) que restabeleçam, primeiramente, o equilíbrio operacional da Universidade.

Dentro da sua observação e análise do cenário da ULBRA, qual deve ser o próximo passo a ser dado pela Instituição dentro da sua área de atuação?

Devemos trabalhar fortemente na diminuição das ociosidades, principalmente através da diminuição da evasão. A Universidade tem tido ótimos resultados na captação de novos alunos, mas há melhorias possíveis nos índices de permanência e formatura desses alunos.

Quais os planos para atrair investidores para a Universidade e ampliar a captação de recursos?

Primeiramente precisaremos restabelecer o equilíbrio operacional da Universidade para, nessa tendência, torná-la superavitária. Uma instituição, aberta ou fechada, que projete déficits em seu fluxo de caixa operacional tende a ter valor presente zero. Gerando fluxos de caixa operacionais positivos, a Universidade não somente terá recursos para investir como poderá captar recursos novos para investir. Voltando a investir em suas áreas estratégicas, os índices de classificação da Universidade junto aos órgãos de acreditação, como o MEC, irão melhorar as possibilidades para a Universidade captar recursos junto às agências de fomento e junto ao setor produtivo.

Com a adesão ao PROIES a ULBRA entra em nova fase, muito mais focada no social. De que forma esta adesão mudará a imagem da Instituição junto à comunidade?

A adesão ao Proies deverá diminuir os níveis de incerteza da comunidade em relação ao futuro da Universidade. Quando há a possibilidade, ou até mesmo a iminência de dívidas tributárias a serem executadas pela autoridade fiscal, cria-se um clima de incerteza sobre o futuro da Universidade, fazendo com que as demandas recuem. Com a adesão ao PROIES, afastam-se definitivamente essas incertezas, melhorando a imagem da Universidade junto à comunidade.

Ao oferecer 49 mil vagas ao longo de 15 anos, quais os benefícios que o PROIES trará para a Instituição?

No bojo das mudanças dos últimos quatro anos, a Universidade passou a conceder um grande volume de bolsas e a realizar um vasto número de projetos sociais. Com o PROIES as possibilidades dessa opção estratégica se ampliarão em grande proporção, permitindo que a ULBRA esteja mais próxima das suas demandas plurais, contribuindo com a geração de uma melhor equidade social e, portanto, do desenvolvimento sustentável.

Como a ULBRA está se programando para saldar as dívidas não tributárias (trabalhistas, fornecedores, bancos, entre outros)?

Todos os recursos de terceiros, que foram confiados e fornecidos à Universidade, serão ressarcidos. O que não é possível é que esses ressarcimentos se deem no curto prazo. O que deverá acontecer, isso sim, no curto prazo, são ações para colocar a Universidade num horizonte de viabilidade econômico-financeira, com o que a mesma poderá passar a confirmar seus compromissos junto a esses fornecedores.