Camila Ribeiro é estudante do 3º semestre de Psicologia Foto: Douglas Braga/Ulbra

Camila Ribeiro, 24 anos, estudante do 3º semestre de Psicologia, estava acostumada com a falta de adequação dos locais à sua necessidade. Enquanto pessoa cadeirante, ela enfrentou limitações de acessibilidade durante toda a vida. A Ulbra, pioneira nas iniciativas de inclusão, através do Núcleo de Acessibilidade, observou a necessidade de adequar a estrutura das salas para os alunos com limitação motora. Camila é uma das estudantes que têm se beneficiado com essa iniciativa. A acadêmica conta que já passou o tempo em que as pessoas com deficiência eram vistas como incapazes e que sua luta é por dar voz à causa. "Saber que estamos no caminho certo e que, cada dia que lutamos, está dando mais frutos, é algo sem tamanho." 

Gisele Becker, coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Ulbra, abraçou a causa, e as salas 2, 3, 4 e 33 do prédio 1 passaram a contar com uma mesa adaptada para a aluna cadeirante, todas no térreo, para facilitar o acesso. No chão, fitas amarelas delimitam o espaço a ser respeitado para que Camila possa se locomover, e a mesa é identificada com um adesivo. Ainda, as portas das salas ficam sempre abertas, para que a aluna tenha independência para se locomover. Segundo Gisele, é a Universidade que deve se adequar às necessidades do aluno, e não o contrário.

Hiltrud Elert, fonoaudióloga que atua no apoio à acessibilidade do Núcleo de Apoio Discente (NADi) e Núcleo de Apoio Docente (NAD) da Universidade, afirma que as mudanças fazem a aluna se sentir acolhida e que a proposta de intervenção nas salas abre precedente para novas ações de inclusão, seguindo o histórico da Instituição. "A Ulbra é pioneira no acolhimento a pessoas com deficiência desde 1995, quando três alunos surdos ingressaram na Universidade", recorda. 

Projeto de acessibilidade

O Núcleo de Acessibilidade da Ulbra existe há mais de 20 anos e é responsável pelas iniciativas de inclusão na Instituição. Através do NAD/NADi, a Ulbra oferece suporte pedagógico aos professores, estudantes e colaboradores com deficiência. A Universidade também promove a comunicação intermediada por tradutores e intérpretes e o auxílio nos aspectos operacionais das atividades educacionais.

Douglas Braga
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas