Dia da Educação Inclusiva
Ulbra fortalece inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior
Universidade oferece rede de apoio e assessoria especial individualizada
A batalha pela inclusão social e escolar de pessoas com deficiência, celebrada nesta quarta-feira, 14, através do Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva, obteve avanços nos últimos anos. Com a ampliação do debate acerca da educação inclusiva, o sistema de ensino passou por modificações que possibilitaram o acesso e permanência de pessoas com deficiência dentro das universidades. Na Ulbra, os estudantes recebem o acolhimento através do Núcleo de Acessibilidade, que conta com uma ampla rede de apoio, com assessoria especial e individualizada para as necessidades dos alunos.
Com a proposta de valorizar as diferenças e promover um ambiente de acolhimento e respeito às necessidades individuais de cada pessoa, a educação inclusiva busca oferecer um espaço de aprendizagem em que todos os alunos possam estar juntos, aprendendo e participando, sem discriminação. A inclusão dentro de uma instituição de ensino, além de disponibilizar o acesso às pessoas com deficiência, também pensa em ações que possibilitam a permanência desses estudantes nos espaços da Instituição.
Para a professora do curso de Pedagogia da Ulbra, Lisandra Sandri, a distinção entre integração e inclusão é fundamental na compreensão da organização da rede de ensino. "Estar integrado permite que o sujeito esteja na escola, sem os requisitos mínimos de adaptação dos espaços, da qualificação dos profissionais. Já a escola inclusiva, é aquela que pensa nos mínimos detalhes para atender a todo e qualquer aluno, desde a recepção até a finalização da sua escolarização."
De acordo com Lisandra, o professor não deve estar isolado na viabilização do processo de educação inclusiva. A formação de uma rede consistente de apoio é fundamental para o desenvolvimento dos estudantes. "Todo e qualquer espaço deveria contar com redes de apoio na área da educação inclusiva. Na Universidade, não é diferente, pois, muitas vezes, os saberes se complementam. A universidade por si só, trabalha com múltiplos conhecimentos, os quais podem auxiliar em todos os sentidos as pessoas com deficiência", completa.
Rede de apoio e inclusão
Para oportunizar condições reais de ensino e apoio às necessidades das pessoas com deficiência, a Ulbra oferece assessoria especial por meio do Programa Individualizado de Estudos (PIE). Elaborado pelos professores e com acompanhamento do Núcleo de Atendimento Discente (NADi), o programa atua no desenvolvimento de atividades pedagógicas, realização de provas, contatos com as famílias e aconselhamento de matrícula. Através do Núcleo de Acessibilidade, alunos surdos também têm acesso ao acompanhamento de intérprete de libras na sala e de aula e demais atividades acadêmicas.
Além dos programas de apoio, a Universidade também promove a inclusão de pessoas com deficiência no corpo docente dos cursos de graduação. Na disciplina de Libras (Língua Brasileira de Sinais), ofertada para os cursos de licenciatura, as aulas são ministradas por professores surdos. Para o tutor da disciplina, Fábio Alberton, essa experiência contribui para a humanização das relações com as pessoas surdas e auxilia na formação dos profissionais da educação. "É muito importante a perspectiva do conhecimento de Libras dentro da educação inclusiva, professores devem ter vivência com as necessidades que atendem."
Formação de profissionais qualificados
A transformação de paradigma na educação exige professores preparados para a nova prática, de modo que possam atender também às necessidades do ensino inclusivo. Para a coordenadora do curso de Pedagogia da Ulbra Canoas, Marlene Fernandes, as experiências de inclusão em sala de aula contribuem na formação dos futuros profissionais da Educação.
Conforme a coordenadora, o processo de inclusão não acontece pelo discurso, mas sim pela concretização da prática, com sentimento de docência inclusiva e olhar diferenciado para as dificuldades individuais de cada aluno. "Nossa responsabilidade como instituição formadora é capacitar nossos acadêmicos para que desenvolvam uma docência comprometida e responsável com o aprendizado significativo dos estudantes da educação básica em uma sociedade cada vez mais inclusiva", complementa.
Dorley Dorneles
Estudante do curso de Jornalismo da Ulbra Canoas
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