Luta e Resistência
ULBRA lidera número de acadêmicos indígenas entre as IES privadas
Instituição promove ativamente a regionalidade e a integração cultural
A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Manaus, reconhecida como a universidade privada com a maior representação indígena no Amazonas, tem sido um exemplo de dedicação com a diversidade cultural e étnica, evidenciado pela sua expressiva comunidade acadêmica indígena. Em um esforço contínuo para reconhecer e honrar a rica história e diversidade dos povos indígenas, a Ulbra Manaus celebra o Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas, nesta quarta-feira (7).
Há mais de 03 décadas, a Ulbra tem sido um ponto de encontro para estudantes indígenas em busca de educação de qualidade em um ambiente que respeita e valoriza suas identidades culturais. É o caso de Sabrina Vilhena, 29, da etnia Mura; "Estou no meu 4º período em Enfermagem aqui na Ulbra, e sou a primeira mulher do meu povoado a cursar o ensino superior. Quando eu entrei aqui, vi tudo o que tem do meu povo dentro da Universidade, me senti em casa, e foi o ponto alto para tomar a decisão de me matricular", disse.
A universidade se orgulha em ser uma das principais instituições de ensino superior privadas a acolher uma quantidade significativa de acadêmicos indígenas em Manaus.
Reconhecendo a rica diversidade histórica dos povos indígenas, a Ulbra Manaus mantém espaços dentro do CAMPUS universitário que preservam não apenas a natureza, mas também respeitam a cultura local. Com áreas verdes e uma maloca construída entre os blocos C e D, a universidade oferece um ambiente propício para o aprendizado e o respeito às tradições indígenas.
Além disso, a instituição promove ativamente a regionalidade e a integração cultural por meio de iniciativas como o Sarau das Nações, evento com danças, músicas e moda indígena, tornando-se um exemplo vívido do compromisso em valorizar e promover a diversidade cultural da região amazônica.
Para Ismael Munduruku, Cacique do Parque das Tribos, a parceria com a instituição foi muito importante, "Digo que a Ulbra é sem dúvidas a universidade dos povos indígenas. Neste ano minha esposa ganhou uma bolsa de 100% para estudar, e incansavelmente a Ulbra está dentro da nossa comunidade", declarou.
O dia 7 de fevereiro marca o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, uma data que relembra o ano de 1756, quando o líder indígena guarani Sepé Tiaraju faleceu. Ele foi uma figura proeminente entre os Sete Povos das Missões e liderou uma revolta contra os colonizadores portugueses e espanhóis. Neste ano, os indígenas se opuseram ao Tratado de Madri, que visava dividir o território brasileiro entre Portugal e Espanha. Os indígenas defendiam seus territórios, situados atualmente no centro-leste do Paraguai, noroeste da Argentina, sul do Brasil e norte do Uruguai, liderados por Sepé Tiaraju, que se tornou símbolo de resistência. O Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas foi instituído pela Lei n° 11.696, de 2008. Quase três séculos após a morte de Sepé, a batalha pelo direito à terra e o reconhecimento e respeito às suas culturas continua. Em 5 de fevereiro de 2020, o governo federal assinou um projeto de Lei que autoriza atividades de mineração e geração de energia elétrica em terras indígenas, intensificando ainda mais esse debate.
Neste Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, o Reitor da Ulbra Manaus, Dr. Evandro Brandão, reafirma o compromisso contínuo da instituição com a valorização, o respeito e a preservação das culturas indígenas; "Diante dos povos indígenas, a Ulbra tem a responsabilidade de realizar projetos de extensão e pesquisa para estabelecer uma comunicação mais eficaz com essas comunidades. A partir dessa interação, buscamos proporcionar uma melhor qualidade de vida em um trabalho conjunto, comunitário e cooperativo com as comunidades indígenas do Amazonas, especialmente da cidade de Manaus, como é o caso do Parque das Tribos", ressaltou.
Veja a reportagem aqui: https://youtu.be/ewVuot8eBAE?si=Ycw_we1NzecwIL3-
Jennyfer Lima - Estagiária de Jornalismo - AM/2024
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