Conhecimento científico
Professor da ULBRA Torres participa de publicação internacional
Estudo é sobre os hábitos alimentares de animal de 280 milhões de anos
O professor dos cursos de Estética e Cosmética, Fisioterapia, Enfermagem e Psicologia da ULBRA Torres, o biólogo e mestre em Paleontologia, Rivaldo Raimundo da Silva, em parceria com a pesquisadora da Faculdade de Ciências de Montevidéu, Dra. Graciela Piñero, o Dr. Piotr Bajdek pesquisador da Polônia e o Dr. Jorge Ferigolo do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, publicaram um trabalho sobre os hábitos alimentares dos Répteis da Família Mesosauridae, na Revista Suíça Frontiers Science.
No meio científico, os mesosaurídeos são considerados extremamente importantes para o entendimento da evolução dos vertebrados, especialmente dos Répteis e também é um grupo chave na formulação da Teoria da Deriva Continental de Alfred Wegener. Trata-se de um grupo constituído por pequenos répteis com cerca de 1m, dos quais a metade era a cauda, e adaptados a vida em ambiente aquático. Estes animais viveram no Período Permiano, ha cerca de 280 milhões de ano, época na qual os continentes Sulamericano e Africano estavam bem próximos, e sobre a região que hoje abrange parte do centro-sul do Brasil (Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, parte dos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso), bem como o Uruguai, parte do Paraguai e Argentina, e ainda parte do sul do continente africano (África do Sul e Namíbia), havia um grande mar interior (algo semelhante a uma imensa laguna) de água rasa, fria e muito salgada, na qual habitava uma fauna representada por poucas espécies, entre as quais, algumas espécies de crustáceos pigocefalomorfos (um "parente" dos camarões) e também os Mesosauridae, uma Família originalmente constituída por 3 espécies: Brazilosaurus sanpauloensis, Mesosaurus tenuidens e Stereosternum tumidum.
O grupo vem sendo estudado desde 1865, e devido a sua importância a Revista Suíça Frontiers in Earth Science, dedicou uma publicação especial e temática denominada Biology and Evolutionary History of Mesosaurs, the oldest known marine reptiles, na qual pesquisadores de diversos países, em diferentes artigos abordaram diversos aspectos da biologia dos Mesosauridae.
O tema sobre a alimentação destes animais havia sido objeto da Dissertação de Mestrado do professor Rivaldo, e além da revisão bibliográfica, os pesquisadores se basearam em fósseis que foram coletados no estado de Goiás e no Uruguai, onde as condições de preservação se mostraram excelentes. Em um dos espécimes coletados em Goiás, ficaram preservados todos os estágios do processo digestório, no qual foi possível observar restos de crustáceos e também ossos de mesosaurídeos juvenis parcialmente digeridos. Os diferentes estudos realizados (Difratometria de Raio-X; Microscopia Eletrônica; estudos macro e microscópico entre outros) comprovaram que os Mesosauridae se alimentavam de crustáceos mas que também praticavam necrofagia com os restos de outros mesosaurídeos, e o trabalho discute ainda a questão do canibalismo.
O material estudado representa a primeira comprovação material sobre questões que eram discutidas apenas no campo teórico por outros autores. No Uruguai foram coletados espécimes com embriões, inclusive uma fêmea grávida, sendo que, o tema reprodução foi abordado em outra publicação. "Estes achados com material sobre a alimentação e a reprodução do grupo ampliaram consideravelmente nosso conhecimento sobre o grupo", apontou o professor Rivaldo.
O docente destacou que outros espécimes coletados por ele em Goiás e que estão na ULBRA Torres "poderão fornecer novas informações sobre este importante grupo fóssil". A íntegra do trabalho The Feeding Habits of Mesosauridae encontra-se disponível no site: http://journal.frontiersin.org
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