Jonatha Michels (esquerda), professora Cristine da Silva e Eduardo Kobilinski Foto: Karoline Milbradt/Ulbra

O aluno do curso de Engenharia Civil da Ulbra, Eduardo Kobilinski, o egresso do curso, Jonatha Michels, juntamente com a professora Cristine da Silva, foram contemplados com o prêmio Cidade Bem Tratada 2018. O evento, que acontece anualmente em Porto Alegre, foi realizado pela Fundação Mata Atlântica e Ecossistemas. Em sua sétima edição, contou com a temática Resíduos Sólidos.

O artigo apresentado e premiado é baseado nos trabalhos de conclusão de curso dos acadêmicos. Trata-se do uso dos telhados verdes, um tipo de construção sustentável com uma cobertura vegetada nas edificações, como uma medida compensatória nos grandes centros urbanos para conseguir obter uma melhora nos aspectos de drenagem e mudança de paisagem. Michels realizou um estudo de caso nos bairros Centro e Marechal Rondon, no município de Canoas. Ele analisou, através do aplicativo Google Earth, a mudança na paisagem que aconteceu nesta área entre os anos de 2002 e 2017. "Fiz isso para saber quanto foi suprimido de área verde neste distrito", conta.

Depois de realizar esse levantamento, com base em um projeto de lei do município que visa o uso obrigatório de telhados verdes em construções de três ou mais andares, o egresso fez uma simulação com todos os prédios nessa área que possuem essa altura aplicando o telhado verde. Ele avaliou quanto essas coberturas poderiam ajudar na drenagem urbana e no escoamento superficial da chuva. "Este telhado tem a propriedade de restaurar a paisagem e de proporcionar diversos benefícios para a edificação, como conforto térmico e acústico, melhoria na vida útil da cobertura e a redução do escoamento superficial, ou seja, diminuição da quantidade de água da chuva, que, ao invés de ir para a rua ou para o sistema de captação, fica retida no teto", explica.

Foram encontrados resultados significativos em relação ao que poderia ser suprimido de água pela cobertura. "Mesmo em um cenário hipotético, nós conseguimos provar que o telhado verde tem sim uma grande utilidade para a recuperação de paisagem, diminuição de ilhas de calor dentro das grandes cidades e para a drenagem urbana", relata Michels. Para o estudante de Engenharia Civil, Eduardo Kobilinski, é preciso investir mais em sustentabilidade para melhorar a construção civil no país. "Temos que trabalhar em cima disso, pois é o futuro. O artigo do Jonatha serviu de inspiração para outros. Precisamos reduzir os impactos no meio ambiente. Este trabalho serve como uma forma de conscientização", expõe.

O evento discute o impacto da urbanização nas metrópoles. De acordo com a professora Cristine, antes era o que os profissionais da área chamam de necrofílico, ou seja, construíam cidades, concretos, ruas, mas não se preocupavam com a incorporação da natureza no ambiente urbano. Como os recursos naturais estão ficando cada vez mais escassos, hoje, existem as biofílicas, que se baseiam no amor pelo meio ambiente. "Nós percebemos que existe uma preocupação em transformar as cidades em ambientes onde se tenha de volta o resgate dessa questão da natureza", explica.

Para a docente, receber este prêmio foi uma grande surpresa por ter sido escolhido entre tantos artigos que foram inscritos. "Para nós é uma honra poder levar o nome da Universidade para um evento tão importante como esse", finaliza. O trabalho premiado pode ser lido clicando aqui.  

Karoline Milbradt
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas