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A agitação dos pequenos era grande, mas com a ajuda da professora Silvia Pires, os alunos da turma 11 da primeira série do Colégio ULBRA Cristo Redentor deram uma aula de ecologia em sua apresentação na I Feira de Ciências e Inovação da EXPOULBRA 2014, realizada na tarde da última quarta-feira, 22.10,  no prédio 14 do campus Canoas.  Na ocasião, os estudantes Lucas de Assunção, Bruno  Primerona, Helena de Almeida, Natália Xavier e Matheus Garcia apresentaram o projeto "De onde vem o Papel", um estudo sobre a origem do material que mostra a importância da reciclagem para a preservação do meio-ambiente.  O projeto surgiu da curiosidade das crianças, que começaram a ter dúvidas após a leitura de um livro infantil.

"O ponto de partida foi o livro Meu primeiro Amor, que conta a história de uma menina apaixonada por uma caixa de lápis de cor. Depois que terminamos a leitura, veio a dúvida: todos queriam saber de onde vêm o lápis e o papel",  explica a orientadora dos pesquisadores mirins, que não escondem a alegria em contar aquilo que aprenderam em sala de aula."A gente descobriu que o papel é feito da casca de uma árvore chamada pinho e que podemos brincar e escrever com ele também",  conta a aluna Natália, de apenas sete anos.

O entusiasmo dos meninos e meninas do grupo, que mal aprenderam a escrever e já entendem de sustentabilidade, traduz um pouco do espírito da Feira, que em sua primeira edição, cumpre o objetivo de estimular a produção científica de crianças e adolescentes.

A ideia por trás do evento é a de familiarizar estudantes do Ensino Fundamental de escolas públicas e privadas com o método científico, para dessa forma, estimular o interesse pela carreira acadêmica e também pelo intercâmbio de conhecimentos entre as instituições, como reforça Patrícia Antunes Russo, professora da Escola Municipal Chapéu do Sol, do extremo sul de Porto Alegre: "Acho que a troca de saberes entre as escolas é bem importante para a formação de uma consciência cidadã e da personalidade dos adolescentes", comenta a orientadora do projeto Casas Ecoeducativas.

O estudo busca, através de maquetes construídas com material de descarte, demonstrar como é possível poupar energia usando painéis solares e cisternas para captação de água da chuva. O trabalho foi  desenvolvido por alunos do último ano do primário em conjunto com monitores   do Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano (LIAU), um programa de ensino ambiental criado através de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) e a UFRGS.  

Ao longo da tarde, outros 22 trabalhos de oito colégios foram apresentados na mostra, que ainda contou com a participação dos estudantes do Colégio Marista Pio XII, responsáveis pela elaboração de um protótipo de ferramenta assistiva. Para Jeferson Nunes,  um dos avaliadores da Feira,  a tarefa de premiar os melhores projetos será árdua: "Os trabalhos estão todos muito bons, com assuntos interessantes, difíceis de avaliar!", confessa o  mestrando de Ciências Biológicas.  Conforme o sorriso de Nunes denuncia, a experiência não foi marcante apenas para os mais jovens: "É surpreendente ver como os pequenos inventam projetos criativos. Esse  esforço todo deixa uma perspectiva boa para o futuro, se eles já têm ideias boas com essa idade, imagine o que eles farão no futuro?", questiona em tom animado.