Os estudantes do curso de Direito da ULBRA Canoas participaram de uma palestra de conscientização para os perigos da combinação entre bebidas alcoólicas e o trânsito. Instrutores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que fazem parte da equipe do curso preparatório para novos agentes, que utiliza as dependências da Universidade, apresentaram aos alunos vídeos de campanhas e fotos de ocorrências. Eles também falaram sobre a Lei Seca, fazendo um rápido comparativo com outros países que também possuem uma legislação específica e mais rígida para o trânsito.

De acordo com o inspetor da PRF, Rodrigo Costa Rodrigues, é preciso sensibilizar as pessoas para o problema. Rodrigues destacou que o Brasil é considerado pela Organização Mundial de Saúde um dos 20 países mais exigentes em termos de legislação, mas mesmo assim 50% das mortes em acidentes de trânsito são causadas por condutores embriagados.

O inspetor explicou que, em função do Pacto de San José, da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário, que entrou em vigor em 1978, a Lei Seca não pode obrigar o indivíduo a se submeter ao teste do bafômetro nem ao exame de sangue. Ele argumenta que estas práticas de prevenção poderiam ser mais eficientes, não fosse esse tipo de impedimento.

Outro ponto destacado pelos policiais foi o aumento da frota em função de uma melhor situação econômica do brasileiro. “Ficou mais fácil comprar um automóvel. Temos mais carros circulando nas vias, mas os investimentos em melhorias ou para a construção de novas estradas não acompanharam esse crescimento”, ressaltou Rodrigues, lembrando que há maior probabilidade de acidentes em vias mais movimentadas.

Ao falar sobre as principais causas de acidentes, o inspetor da PRF destacou as falhas do motorista, as mecânicas e os defeitos na via. “É importante que se saiba que 70% dos acidentes são causados por algum descuido do motorista. É por isso que não adianta dirigir só para você, também é preciso cuidar os outros. Somos parte do problema, mas também podemos ser a solução”, argumentou Rodrigues.

Durante a palestra, os participantes foram convidados a participar do teste do bafômetro. Alguns alunos voluntários ingeriram bebida alcoólica e outros bombom de licor para mostrar a diferença de pontuação durante o bafômetro.

A proposta da palestra partiu da professora coordenadora de atividades do curso de Direito, Giulia Jaeger, que procurou a PRF. A intenção era de sensibilizar os estudantes para o problema.