Agnes Cardoso foi a vencedora da noite Foto: Luiz Munhoz/Ulbra

O primeiro slam acadêmico do Rio Grande do Sul foi realizado, nesta quinta-feira, 8 de março, na Ulbra Canoas, em celebração ao Dia Internacional da Mulher. A atividade, promovida pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), em parceria com o curso de Jornalismo, é uma forma inovadora de expressão artística de rua. No campeonato de poesia, os participantes dispõem de um tempo limitado para realizarem suas performances. Nesta edição, as apresentações ficaram a cargo do público feminino.

Na abertura do slam, a organizadora do evento, aluna do Jornalismo e estagiária do Neabi, Marina Silveira, esclareceu que a proposta da atividade é promover o trabalho de novos poetas no ambiente acadêmico. "Principalmente poesias de resistência, de inclusão de gênero e da cultura negra", explicou.

Integraram a competição as slamers Agnes Cardoso, Cristal Rocha e Julia Louise. Impregnados de protesto, os poemas abordaram o cenário político, a opressão contra a mulher e a oposição contra o sistema vigente na sociedade. As participantes arrancaram muitos aplausos da plateia, que ficou sentada em um círculo no saguão do prédio 11, enquanto o júri especializado atribuía as notas para cada apresentação. A grande vencedora foi Agnes Cardoso.

Noite ainda teve verso livre

Além das slamers, o encontro também abriu espaço para os acadêmicos. Na performance de verso livre, a estudante de História da Instituição, Caroline Souza, de 29 anos participou da atividade. A futura historiadora relatou sua realidade de mãe que leva o filho de seis anos para as aulas noturnas, já que não tem com quem deixá-lo e não encontrou uma creche à disposição. "Como mãe que cria sozinha o filho encontro adversidades no meu dia a dia e isso me motivou a aproveitar esse momento para manifestar meus sentimentos sobre aquilo que vivo", disse Caroline.

No final do evento, o coordenador do Neabi e da graduação em Jornalismo da Instituição, Deivison Campos, explicou qual o propósito da inserção do slam no ambiente acadêmico. "Queremos envolver nossos estudantes com esse movimento que vem crescendo entre a juventude, pois o slam sensibiliza as pessoas para uma poesia que é composta por temáticas que envolvem a questões de gênero, raça e classe social", finalizou Campos.

André Bresolin
Jornalista - MTb 18.183