Hall de entrada teve movimentação intensa Foto: Leonardo Magnus/Ulbra

A segunda de três partes do 8º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação reservou uma noite movimentada a quem compareceu ao auditório do prédio 11, nesta quarta-feira, dia 26. Autores de cinco obras estiveram no hall de entrada do espaço de eventos para autografar os livros dos mais variados temas inseridos nos estudos culturais. O público teve a oportunidade de conversar com os pesquisadores, receber dedicatórias e autógrafos, além de tirar fotos, antes de se dirigirem às suas poltronas.

Os participantes do evento logo se surpreenderam com o início da inesperada apresentação do coletivo (uni)verso, de Porto Alegre, que reúne jovens talentosos da periferia em torno de produções culturais. Completando seis meses de existência, o grupo rimou e mostrou desenvoltura em uma apresentação repleta de gestos e poesias críticas ao sistema. Composto por maioria negra, a luta contra o racismo e a desigualdade foi abordada diversas vezes em meio aos versos, arrancando aplausos da plateia.

Proteção às minorias e políticas afirmativas também foram pautas trazidas na mesa de debate que sucedeu a apresentação dos jovens. Três palestrantes foram convidados para participar da atividade, abordando seus estudos e assuntos que iam ao encontro do tema principal da atividade: a Fragilização das Formas Políticas. Os convidados foram Marlucy Alves Paraíso (UFMG), Georgina Helena Lima Nunes (UFPel) e Paulo Sérgio da Costa Neves (UFS).

Principais destaques da noite de debate

O grande mote da 2ª mesa de debates do SBECE foi a proposição e a reflexão sobre políticas de inclusão de minorias nos espaços acadêmicos. A professora Marlucy Paraíso esteve no evento participando da discussão e divulgando seu livro intitulado Pesquisas Sobre Currículos, Gêneros e Sexualidades, produzido em colaboração com Maria Carolina da Silva Caldeira, e traz resultados de pesquisas originais de seis estados e quatro regiões do país. Na obra, Marlucy compilou 16 pesquisas científicas realizadas em 12 universidades do Brasil. "O gênero e a sexualidade estão sofrendo com uma criminalização promovida por grupos reacionários e nós consideramos importante divulgar esse material no maior evento da área educacional sobre estudos culturais", justificou a autora, que trouxe seis orientandos de Minas Gerais para participar do SBECE.

Trazendo análises de pontos do seu trabalho em Diáspora Africana no Brasil e suas formas políticas de (não) ser e estar emergentes na educação, a professora Georgina Helena Lima Nunes tratou, entre outras coisas, das dificuldades impostas aos negros no acesso à educação. "A população negra sempre viveu com um peso político desfavorável, pré e pós-abolição", constatou. Ela também fez menção à conferência da noite anterior, que debateu a branquidade e a racialização, complementando diversas questões expostas na sua apresentação.

O 8º SBECE encerra na noite desta quinta-feira, 27. Você pode conferir aqui o restante da programação.

Lista de obras autografadas:

- Pesquisas sobre currículos, gêneros e sexualidades - Marlucy Alves Paraíso e Maria Carolina da Silva Caldeira (Orgs.);

- Juventudes líquido-modernas: uma análise a partir dos Estudos Culturais em Educação - Ana Carolina Sampaio Zdradek;

- Trabalho e Educação na Era Midiática - Teresa Teruya;

- Culturas e fronteiras no espaço escolar - Teresa Teruya e Maristela Walker (Orgs.);

- Desloucar-se - Juliana Cristina Pereira, Davi Codes, Eduardo Silveira, Elise Tonon, Giselle Corso e Leandro Guimarães.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS