Evento foi aberto à comunidade acadêmica, aos profissionais da área e aos pesquisadores interessados Foto: Leonardo Magnus/Ulbra

Pesquisadores, docentes e acadêmicos se reuniram, na noite desta terça-feira, 5, para a abertura do VI Simpósio em Biologia Celular Molecular Aplicada à Saúde. O evento possui uma programação que se estende até esta quinta-feira, dia 7, e contará com palestras e minicursos que abrangem três áreas: câncer, genética forense e bioinformática. Os ministrantes, em sua grande maioria, são egressos do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde (PPGBioSaúde) da Ulbra, que promove o simpósio.

Para a primeira noite de atividades, dois doutores egressos do Programa trouxeram suas pesquisas voltadas ao tratamento do câncer. A Dra. Thaís Boeira iniciou a programação falando sobre os aspectos genéticos do câncer cervical, enquanto o Dr. Felipe Umpierre Conter falou sobre a resistência tumoral em cânceres do sistema nervoso central, popularmente conhecido como tumor do cérebro.

No caso do câncer cervical, o debate ganha mais importância ainda pelo número elevado de mortes em decorrência da doença. Segundo a OMS, em 2018, foram registrados 570 mil novos casos e 311 mil mortes, fazendo com que a taxa de mortalidade mundial ultrapasse os 80%. Dessa forma, as pesquisas e a prevenção são fatores determinantes para o combate a um câncer que representa 7,5% dos tumores encontrados em mulheres. "85% desses casos são em países de baixa e média renda, justamente pela precariedade no atendimento e no diagnóstico", explicou Thaís Boeira.

Simpósio como oportunidade de networking

O professor Daniel Simon ficou responsável pela abertura do evento, representando a coordenadora do PPGBioSaúde, a professora Ivana Grivicich. De acordo com ele, o momento é significativo para o programa de pós-graduação, que 7 anos do seu credenciamento pela Capes, e traz convidados que tiveram a oportunidade de concluir todas as etapas do processo acadêmico na Ulbra (graduação, mestrado e doutorado). "São egressos que podem passar sua experiência acadêmica e profissional, proporcionando um amplo debate sobre os desafios da área", destacou o docente.

Simon ainda ressalta que as pesquisas têm sofrido grandes impactos nos últimos anos e, exatamente por isso, o simpósio se torna um importante espaço de diálogo entre pesquisadores e profissionais da Biologia. "Na falta de um apoio e incentivo mais robusto da esfera pública, torna-se essencial o encontro e essa troca de ideias, pois nessas atividades podemos projetar parcerias e reduzir custos com pesquisas que possam ser trabalhadas em conjunto, por meio de uma cooperação mútua entre os participantes", apontou o professor do PPGBioSaúde.

Mercado internacional se mostra mais promissor

Uma maior valorização da ciência e tecnologia tem sido uma reivindicação de diversos segmentos acadêmicos. Com os doutores formados pelo PPGBioSaúde não foi diferente. Ambos lamentaram que a área não tenha o devido reconhecimento nacionalmente, apesar de apresentar resultados que salvam vidas. "É um pouco desestimulante não ter o devido investimento, então acabamos vendo essa fuga de cérebros, por falta de incentivo e reconhecimento", disse o pesquisador Felipe Umpierre.

Ainda assim, ele destacou que o fato não exime a responsabilidade que os pesquisadores têm de trazer contribuição à ciência do país. "Mesmo que não tenhamos o incentivo financeiro, nós temos momentos como o simpósio para nos apoiarmos e impedir que o Brasil regrida. O brasileiro é muito criativo, temos ferramentas gratuitas que podemos utilizar, também podemos buscar outras formas de patrocínio e, claro, ajudas entre os próprios pesquisadores", completou Umpierre, que tem planos de se mudar com a esposa para a Espanha, onde o mercado se mostra em franca expansão.

Atividades seguem até esta quinta-feira

O restante da programação do simpósio segue nesta quarta-feira, 6, e se encerra na quinta-feira, dia 7. Confira as demais atividades clicando aqui.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS