Ketlin de Souza embarca para a Irlanda em julho Foto: Arquivo pessoal

A recém-formada em Letras - Inglês e Literaturas da Língua Inglesa, Ketlin de Souza, de 24 anos, foi selecionada para cursar o mestrado na Mary Immaculate College, uma faculdade da Irlanda. Para a seleção, a jovem contou com uma carta de recomendação do assessor de Relações Internacionais e professor do curso, Antônio Costa. Segundo a egressa, seu projeto de pesquisa trata sobre a aquisição de uma segunda língua para o espectro autista junto com a língua de sinais, já que, em alguns casos, quem possui o transtorno não  desenvolve a oralidade. 

A aluna já passou pelo processo de entrevista e aguarda a carta de aceite do governo do país, com a sinalização da ajuda de custo. A resposta deve chegar no dia 1º de junho. "Já estava com planos e o mestrado veio para somar. Sempre tive vontade de tentar essa bolsa no exterior. Não tinha esperança que ia dar certo logo de primeira, mas, graças a Deus, deu. Tenho fé que dará tudo certo. Mas, independente de conseguir ou não a bolsa, eu irei igual, pois já estou com a mudança agendada", diz ela, confirmando seu embarque para 16 de julho.

Ketlin, que atualmente trabalha em uma escola vinculada à Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (Apada), onde ministra aulas de inglês, diz que foi a partir do contato com crianças não ouvintes e com transtorno do espectro autista (TEA) que nasceu a ideia do projeto. "Comecei a pesquisar e me interessar mais", fala. O colégio onde leciona trabalha com Libras desde o maternal e nas aulas de Inglês está em processo de inserção a Língua de Sinais Americana (ASI). 

Inclusão + acessibilidade

Para a egressa, tratar de inclusão na educação é algo fundamental para o desenvolvimento pessoal de cada aluno, pois é preciso aprender a lidar com as diferenças e derrubar as barreiras impostas pela sociedade como rótulos. "O Brasil é um país bilíngue, então acredito que conscientizando a população e mostrando a importância de interagir uns com os outros irá elevar o nível de conhecimento do brasileiro e abrir novas portas no nosso ensino, permitindo, assim, uma ampla comunicação", finaliza ela. 

Naira Nunes 
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas