Sala do Núcleo de Acessibilidade no prédio 6 recebe a comunidade surda do campus Foto: Emily Ebert/Ulbra

Nesta quinta-feira, 26, é celebrado o Dia Nacional do Surdo, data importante para relembrar toda a trajetória da acessibilidade e das políticas de inclusão social desenvolvidas em âmbito nacional. Pauta frequente de debate desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a inserção da acessibilidade é, nos campos acadêmicos e administrativos da Ulbra, uma preocupação desde 1995, ano em que se iniciou a introdução e preparação de intérpretes de Libras na Instituição.

Coordenado pelo Núcleo de Acessibilidade, as ações de inclusão dentro da Universidade voltadas à comunidade surda abrangem desde a presença de intérpretes em todos os eventos acadêmicos, até a criação de um espaço físico, localizado na sala 31 do prédio 6, onde a comunidade surda se reúne e pode solicitar qualquer tipo de auxílio que necessitarem.

Segundo a tradutora e intérprete de Libras do Núcleo, Simone Chimini, a Ulbra conta hoje com cerca de 10 funcionários que atuam como intérpretes de Libras. "Buscamos estar presentes em todos os espaços que necessitam, como palestras e eventos de auditório. Além disso, todas as turmas de aulas onde há alunos que só se comunicam por Libras, nossos intérpretes sempre fazem a mediação", contou. Hoje a Ulbra Canoas conta com 9 alunos surdos. 

Núceo também atua junto aos funcionários 

Além dos trabalhos desenvolvidos em prol da comunidade acadêmica, a Ulbra ainda atua na inserção dos 21 funcionários surdos ou com deficiência auditiva, que também recebem o auxílio do Núcleo de Acessibilidade. "Eu trabalho em uma sala onde só tem ouvintes, e quando eu tenho alguma dúvida venho até o núcleo e consigo me comunicar e receber as informações que são necessárias", disse o funcionário do setor do EAD, Itacir do Carmo. O colaborador ainda destacou a importância dos intérpretes de Libras para facilitar a sua comunicação. "É muito importante essa mediação, porque quando eles estão presentes eu consigo compreender o que está sendo passado e participar ativamente com ideias e sugestões, principalmente durante as reuniões de trabalho", finalizou.

Para eles, ter um espaço aberto que os acolha e compreenda, além de promover todo o auxílio comunicacional, é fundamental para que possam sentir receptividade. "Parece uma família, a gente entra aqui dentro e não tem barreira comunicacional e o acesso é igualitário. Todos estão no mesmo espaço e participando das mesmas atividades", apontou a instrutora de Libras, Larissa Basei.

A também instrutora de Libras, Pamela Fontoura, ainda destacou o papel do núcleo na conscientização dos ouvintes. "Dentro do núcleo nos sentimos mais incluídos, porque aqui é um espaço em que todos os funcionários sabem língua de sinais e conseguem se comunicar. Percebo que todos os funcionários já têm conhecimento, as pessoas quando entram aqui já sabem como é o tratamento e a importância disso pra gente", finalizou a colaboradora.

Ações do Núcleo de Acessibilidade na Ulbra

O desenvolvimento da nova plataforma de estudos a distância, Aula, que consolidou-se, interna e externamente, no primeiro semestre de 2019, vêm sendo atualizada para solucionar demandas de todos os utilizadores e, dessa forma, promover cada vez mais a inclusão. Segundo a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade, Aline Bastos, está sendo trabalhado junto ao Núcleo de Audiovisual e Tecnologias Educacionais (Nate), algumas inserções na plataforma para auxiliar a aprendizagem dos acadêmicos, como a áudio descrição e/ou a presença da janela de Libras no canto do vídeo.

Questões que envolvem os pilares da acessibilidade também são desenvolvidas dentro do campus. Neste ano, a Semana Ulbra da Pessoa com Deficiência, que ocorreu entre os dias 26 e 30 de agosto, teve como foco a acessibilidade atitudinal, que refere-se aos trabalhos de conscientização à percepção do outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações.

Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas