Tiago Flores, maestro titular e diretor artístico da Orquestra de Câmara da ULBRA, passa a batuta para um convidado muito especial no quarto concerto erudito da temporada no domingo, 04.07, às 19 horas, na Sala de Concertos Leopoldina (Rua Marquês do Herval, 280), em Porto Alegre.

O jovem maestro paulista Leandro Carvalho, um dos fundadores, diretor artístico e titular da admirada Orquestra do Estado de Mato Grosso, é apontado como um dos dez artistas de maior importância na música clássica da década no Brasil, indicação feita pelo ‘Anuário Viva Música 2008’, especializado em música clássica e considerado a mais importante publicação do setor.

Na audição, com entrada franca, a Orquestra da ULBRA celebra seus 14 anos de trajetória e dedica homenagem aos 30 anos de criação do curso de Serviço Social da Universidade.

Do variado programa, o público ouvirá na abertura o mais notório compositor finlandês, Jean Sibelius (1865-1957), Rakastava – Opus 14 (em português ‘O amado’). Publicada originalmente em 1893 para coro e posteriormente revisada para orquestra de cordas pelo próprio Sibelius, em 1911, os três movimentos baseiam-se em melodias populares rurais e expressam uma doce melancolia remetendo ao anseio da amante pelo amado ausente. A introspecção e o lirismo destes movimentos são características marcantes deste autor. Sua genialidade musical teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa.

Já do italiano Nino Rota (1911-1979), um dos mais atuantes e aclamados compositores para o cinema – que compôs para absolutamente todos os filmes de Fellini e para muitos outros famosos cineastas – ouve-se O Concerto per archi, composição escrita em 1964 e dedicada para I Musici (consagrada orquestra de câmara, fundada em Roma, em 1952). A peça, em quatro movimentos, traz o conhecimento do autor nas tradições de vanguarda do século vinte, mas utiliza a linguagem sonora do século dezoito, inclusive inspirado na harmonia polifônica do mestre Bach. Nesta diversidade percebe-se claramente a tendência para a sétima arte, pois é uma montagem original na qual as ideias musicais se sucedem, condicionando o ouvinte a pensar na música escrita como um comentário para quadros e cenas... Todo o concerto é uma espécie de dança.

Na sequência, do longevo italo-argentino José Bragato (1915), hoje com 95 anos e que junto de Astor Piazzolla é considerado um dos mais representativos compositores da Argentina, será interpretada Tres Movimientos Porteños. Na obra deste genial músico e arranjador (que até hoje é o grande responsável pelos arranjos nas obras de Pizzolla e com quem revolucionaria o Tango ao lançar em 1955 o Octeto Buenos Aires) é ouvida a autêntica virtuosidade de sua música.

Na conclusão, ainda sob os efeitos do glorificado estilo musical argentino, num arranjo de Daniel Sá e com adaptação do próprio maestro Leandro Carvalho, serão executadas de Gregório Molina (1938) Villa Guillermina, e de Mario del Tránsito Cocomarola (1918-1974) Kilómetro 11. Um final apoteótico do autêntico gênero Chamamé (principal classe de música folclórica do nordeste argentino), de dois dos músicos e folcloristas mais influentes da Argentina.

A promoção desta apresentação é da Universidade Luterana do Brasil e conta com apoio da Fundação ULBRA, Associação Leopoldina Juvenil, Mitalsul – Soluções Gráficas, StudioClio - Instituto de Arte & Humanismo, Máster Hotéis e Singular Produções e Divulgações Culturais.