A cobertura da Copa do Mundo narrada por quem estava lá foi tema debate, na noite desta segunda-feira, 23.08, entre acadêmicos da ULBRA Canoas e profissionais das principais emissoras de rádio do Estado. O curso de Comunicação Social retomou as atividades do Papo de Redação com um bate-papo com os repórteres esportivos Rodrigo Oliveira e Rodrigo Koch, da Rádio Guaíba; José Alberto Andrade, da Rádio Gaúcha; e Ribeiro Neto, da Rádio Bandeirantes.

Mediados pelo diretor da área de Ciências Sociais Aplicadas, Sérgio Lima, os convidados palestraram para os alunos sobre a cobertura jornalística da Seleção Brasileira, os serviços oferecidos, a cobertura de outras seleções, e ainda projetaram parte do planejamento necessário para a Copa de 2014 no Brasil.

O evento começou com a apresentação de Rodrigo Koch, explicando quais os processos e rotinas que existem para ter acesso a uma cobertura como a da Copa do Mundo. “As emissoras pagam pelo espaço utilizado, os móveis e equipamentos, e ainda uma ou mais posições no estádio para fazer a cobertura”, comenta o repórter. Rodrigo relembrou como eram os centros de imprensa nos quais os jornalistas trabalhavam, além de apresentar um breve planejamento para possíveis instalações de mídia visando a Olimpíada no Brasil em 2016.

Ribeiro Neto acompanhou de perto os serviços e estruturas oferecidos durante a Copa. “Teremos que trabalhar muito para fazer a Copa de 2014. A preocupação no Brasil em relação à violência deverá ser bem mais intensa do que foi na África do Sul”, completa. O repórter explica aos acadêmicos que a quantidade de tecnologias digitais facilitou a cobertura e a velocidade da internet permitia um compartilhamento imediato das informações.

Escalado para as pautas gerais, Rodrigo Oliveira, da Rádio Guaíba, cobriu IBC. O profissional destacou a oportunidade de realizar trocas de sonoras com emissoras de rádios e televisões importantes, além de compartilhar informações relevantes sobre as seleções internacionais. Ele ainda salientou a importância de falar fluentemente outro idioma. “Tive a oportunidade de entrevistar ídolos do futebol que trabalhavam como comentaristas de outras emissoras, mas para isso preparei bem meu inglês, foi ele que me levou à Copa do Mundo”, completa o estudante de jornalismo de 21 anos.

José Alberto, da Rádio Gaúcha falou sobre sua experiência em acompanhar a Seleção Brasileira. “A pauta foi o principal desafio desta cobertura de copa. A falta de informação era muito grande e os conteúdos não eram ricos. Houve um distanciamento dos profissionais ligados à CBF e dos próprios jogadores. Para inovar, era necessário mudar a dinâmica da notícia, procurando aspectos que pudessem interessar o público”, finalizou.


A imprensa e a Seleção Brasileira
O grande desafio apontado pelos jornalistas na Copa do Mundo de 2010 foi trabalhar junto com a seleção brasileira. A postura adotada pela equipe acabou gerando um grande distanciamento dos profissionais de comunicação. Informações que eram passadas como oficiais não se confirmavam na prática. As dificuldades de trabalhar eram em função das determinações da CBF. Segundo José Alberto Andrade “o distanciamento gera uma curiosidade e o nosso desafio era chegar perto. Nestas situações, o jornalista tem que saber se policiar para conseguir apurar a notícia da melhor forma possível. Trabalhamos com uma dinâmica diferente, mas que no final foi positiva”, comentou.