Alunos percorreram o campus Canoas com cadeiras de rodas Foto: Janice Silva/Ulbra

A Semana da Acessibilidade e Equidade da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) levou os acadêmicos a refletirem sobre o seu papel na construção de soluções por uma sociedade mais inclusiva. Uma das atividades foi uma experiência prática imersiva, onde alunos dos cursos de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo percorreram o campus Canoas com cadeiras de rodas, vendas e bengalas para ver os desafios enfrentados por pessoas com deficiência, experiência que deve embasar trabalhos profissionais.

A iniciativa buscou estimular a empatia e o senso de responsabilidade social entre os futuros profissionais. "Os alunos puderam refletir sobre a acessibilidade. Como projetistas, compreenderam a importância do nosso trabalho, das normas e de como podemos facilitar a vida das pessoas", destacou o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, professor Adryan Marcel Lorenzon. Na atividade, os grupos andaram por corredores, estacionamentos e entraram em banheiros. "Eu levo dois minutos para chegar na sala de aula, mas na cadeira de rodas levei muito mais tempo. Temos que ter sensibilidade e pensar em soluções que ajudem a melhorar a mobilidade em todos os espaços públicos", disse Alice Altenhofen, aluna do 6º semestre da Engenharia de Produção.

Durante a prática, os participantes ainda discutiram sobre a NBR 9050, norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que estabelece critérios para garantir acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. "Vamos assinar projetos como responsáveis técnicos e temos que entender as normas. Essa experiência nos gera uma visão mais crítica sobre a mobilidade", lembrou a aluna do 8º semestre de Arquitetura e Urbanismo, Camila Fidelis. 

Mercado de trabalho

Com o tema "Acessibilidade e Equidade: uma universidade para todos", a Semana Ulbra da Pessoa com Deficiência 2025 promove palestras, debates e oficinas sobre as potencialidades e os direitos das pessoas com deficiências. Na terça-feira (26/8), a psicóloga e consultora de Recursos Humanos Catiussa Stumm Torres lançou o livro Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Instituições/Uma temática que vai além da fiscalização. "Lançar meu livro em um espaço que marcou minha trajetória acadêmica e profissional, onde pude construir carreira, desenvolver programas de inclusão e participar de diferentes projetos, tem um significado especial", comentou a profissional que trabalhou na Ulbra Canoas por 17 anos. "Atuei muito no recrutamento, na seleção e inclusão de pessoas com deficiência. É muito importante que o mercado tenha um olhar diferenciado, pois muitas vezes há dificuldade em inserir a pessoa com deficiência. As empresas só têm a ganhar com a inclusão desses profissionais", apontou.

Cega desde a infância, a auxiliar administrativo Bruna Borges, 40 anos, atua na Universidade desde 2016 e se sente muita acolhida no ambiente de trabalho. "Temos um aprendizado constante, o que é essencial para o crescimento como pessoa e profissional. Consigo me deslocar muito bem aqui no campus por causa do piso tátil", disse. A coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Ulbra, Gisele Becker, destaca a importância da programação que traz debates sobre autismo, mobilidade, acessibilidade, comunicação e mercado de trabalho. "Na inclusão, devemos sempre ressaltar a capacidade e não a condição ou deficiência da pessoa. A Ulbra faz essa inclusão dos colaboradores fortalecendo as potencialidades de cada um", finaliza. A programação completa está disponível em ulbra.br/acoes-transformadoras/semana-pessoa-com-deficiencia

 Janice Silva
Assessoria de Comunicação Ulbra