PPGEDU da Ulbra
Professora surda faz parte de banca avaliadora de mestrado
Doutora pela UFRGS, docente avaliou trabalho de aluna ouvinte
Nesta segunda-feira, 25, o Programa de Pós-graduação em Educação da Ulbra realizou mais uma sessão de defesa de dissertação de mestrado. Apesar de não ser raro ver acadêmicos defendendo seus trabalhos de conclusão em uma universidade, o incomum ficou por conta de uma das avaliadoras, a professora doutora Carolina Hessel, que é surda e fez parte da banca que examinou a produção científica da mestranda Tatiane Folchini dos Reis, intitulada Surdos, educação bilíngue e as representações da Língua Portuguesa nas redes sociais da internet.
Analisando como pessoas surdas se comportavam nas redes sociais, a acadêmica foi orientada pelo professor Edgar Roberto Kirchof e observou quais estratégias essas pessoas utilizam para se aprofundarem na língua portuguesa. Em um primeiro momento, foi utilizado o WhatsApp, por meio de um grupo com 23 surdos e Tatiane como observadora. Após isso, com a grande procura para participar, a estudante criou um grupo no Facebook, que acabou atingindo o número expressivo de 145 pessoas.
Com a conclusão de sua pesquisa, a mestranda decidiu convidar a professora doutora Carolina Hessel por sua experiência com o tema estudado e também por ser surda. A docente aceitou o convite e destacou a relevância de abordar os desafios enfrentados pelos deficientes auditivos na escrita. "Ainda é um desafio para mim, eu percebo que passei por muitas coisas que ela traz no trabalho dela e que a comunidade surda tem passado, então acho muito importante ter uma surda participando, pois é sobre surdos e precisamos ter essa representação para mostrarmos essa perspectiva diferente dos ouvintes", frisou.
Entre os avaliadores também estava o reitor Ricardo Willy Rieth. Ele ressaltou a política de acessibilidade da Ulbra, pioneira e referência no tema. Ao se dizer muito contente pela presença da docente, ele lembrou que "a Instituição realiza um trabalho de qualificação com professores e inclusão de pessoas com deficiência, tanto nos cursos de graduação como nas pós-graduações, incentivando a docência e o acesso a todos os níveis acadêmicos".
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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