Professor Luiz Claudio Danzmann Foto: CAAT/Divulgação

Pesquisa do professor de Clínica Médica/Cardiologia da Ulbra, Luiz Carlos Danzmann, integrou a Atualização de Tópicos Emergentes da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca, de 2021. Ele, juntamente com o professor Miguel Morita Silva, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), coordenou o primeiro capítulo da Diretriz, sobre Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEp), Minimamente Reduzida (ICFEmr) e Melhorada (ICFEme).

Segundo Danzmann, "essa incumbência foi em função da expertise sobre essa particularidade da síndrome, fruto de experiência clínica (temos a maior população com ICFEp em acompanhamento regular no Brasil) e de pesquisa na área". O grupo que conduziu a seção em questão era composto por mais quatro membros, todos selecionados para esse tema devido às suas produções científicas e experiência clínica no setor.

A atualização realizada pelo Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) possui 52 participantes e tem como principal intuito reunir as evidências científicas recentes e transformá-las em recomendações objetivas para os médicos brasileiros. Sendo assim, "esse documento tem o poder de definir políticas de saúde, inclusive, em nível público ou privado", complementa o doutor.

E ainda explica que essa diretriz serve não só para trazer dados novos sobre a COVID-19 e o coração, como também mais de uma dezena de tópicos que tiveram atualizações devido aos avanços no diagnóstico e tratamento dessa síndrome, que é a principal causa de internação hospitalar por doenças cardiológicas no Brasil.

Participação do professor e seu ex-aluno

O professor conta que integra um grupo de pesquisa e ensino em insuficiência cardíaca (IC) há quase 20 anos, que é bastante reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Esse grupo foi iniciado pelo falecido professor Ilmar Köhler, também docente do curso de Medicina da Ulbra. "E se diferenciou em uma tipicidade dessa síndrome, a insuficiência cardíaca de função contrátil normal", complementa. 

O egresso do curso de Medicina da Ulbra, Jefferson Vieira, também assina essa Diretriz. Ele participou como colaborador do grupo de pesquisa ainda quando era estudante. Hoje, além da graduação pela Universidade, cursou residência de Clínica Médica no Hospital Luterano e de Cardiologia no Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia (ICFUC). Além disso, é doutor pela USP e atualmente estava em um aprimoramento na Universidade de Boston. 

"Fiquei bastante gratificado em vê-lo entre os autores e isso demonstra a importância de termos centros de ensino e pesquisa focados em um tema específico, pois, somente dessa forma, damos chances aos nossos talentos da Universidade de terem oportunidades e saber reconhecê-las, quando isso acontece", relata o professor.

O tempo e o legado

O docente explica que "pela importância do documento, ele é aprovado em diversas plenárias e quem escreve um capítulo tem que defendê-lo como uma tese para a comissão executiva e depois para a plenária com todos os participantes". Então, foram dezenas de reuniões e a pandemia pode ter dificultado, pois muitos dos autores estavam bastante envolvidos com o tratamento dos pacientes com COVID-19. Mas o fato de o trabalho ser remoto facilitou a vida de todos, já que nas outras edições, nas quais o professor e cardiologista participou, as reuniões eram na sede da SBC, em São Paulo. "Foi muito mais prático a distância", relata. A conclusão da diretriz durou um pouco mais de seis meses.

Francieli Vareira
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas